CEPAL: redução das desigualdades é requisito para desenvolvimento sustentável

A desigualdade é ineficiente, se reproduz e permeia o sistema produtivo. Do lado oposto, a igualdade não é apenas um princípio ético inevitável, mas também uma variável explicativa da eficiência do sistema econômico no longo prazo, afirmou a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, durante reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

“A igualdade é requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. A CEPAL provou com números que sem igualdade as economias são ineficientes, e alcançam menores níveis de produtividade e investimento”, afirmou Bárcena, durante discurso em sessão que discutiu os custos da desigualdade.

A desigualdade é ineficiente, se reproduz e permeia o sistema produtivo. Do lado oposto, a igualdade não é apenas um princípio ético inevitável, mas também uma variável explicativa da eficiência do sistema econômico no longo prazo, afirmou a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, durante reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

A alta funcionária das Nações Unidas participou durante a semana de diversas sessões do fórum global, nas quais abordou as transformações políticas na América Latina e no Caribe e a necessidade de uma reconstrução da confiança social com a população da região, do estado do multilateralismo e da governança global, e os avanços para o cumprimento da Agenda 2030, entre outros.

“A igualdade é requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. A CEPAL provou com números que sem igualdade as economias são ineficientes, e alcançam menores níveis de produtividade e investimento”, afirmou Bárcena, durante discurso em sessão que discutiu os custos da desigualdade.

Além de Bárcena, participaram do painel Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam Internacional; Shamina Singh, presidente do Centro de Crescimento Inclusivo da Mastercard; Rutger Bregman, historiador e escritor holandês, e Jane Goodall, fundadora do Jane Goodall Institute. A sessão foi moderada por Edward Felsenthal, editor-chefe da revista Time.

Em sua apresentação, a secretária-executiva da CEPAL afirmou que “igualdade, produtividade e democracia são bens complementares estratégicos e não substitutos, mais ainda em um mundo com fortes tensões econômicas, políticas e ambientais”.

Lembrou que no relatório “A ineficiência da desigualdade”, publicado em maio de 2018, a CEPAL confirmou que a desigualdade cria obstáculos para o aumento das capacidades de consumo da população com menos recursos e, portanto, para a demanda de bens e serviços, tirando dinamismo das economias.

A desigualdade também se transforma em semente de descontentamento e instabilidade social e política, o que em última análise também afeta a economia dos países, salientou.

Bárcena declarou que a existência de uma correlação inversa entre produtividade e desigualdade, na qual baixos níveis de participação salarial na renda se associam a menores taxas de investimento, é uma das evidências de que a desigualdade cria obstáculos ao desenvolvimento.

Outra evidência é a desigual distribuição da riqueza, que na América Latina e no Caribe alcança cifras preocupantes. Como exemplo, citou os casos de Chile, México e Uruguai, países onde a concentração de riqueza beneficia 20% da população, nos dois primeiros casos, e 30% no último.

A alta funcionária das Nações Unidas destacou que o gasto social, assim como as políticas de combate à evasão e elisão fiscal, que anualmente custam 320 bilhões de dólares à região, são instrumentos efetivos para a redistribuição da riqueza.

“A igualdade e a desigualdade estão associadas à elite e à cultura dos privilégios, ou seja, estão relacionadas com aqueles que estão isentos ou que sonegam impostos, aqueles que podem se esquivar da lei. Isso naturaliza a desigualdade”, advertiu.

“Devemos ter compaixão, solidariedade e igualdade”, completou.

Bárcena enfatizou também a urgência de mudar o paradigma de desenvolvimento, transitando para padrões de produção e consumo sustentáveis, com trabalho decente e titularidade de direitos, tal como propõe a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: ONU Br