Em dois meses, 19 toneladas de óleo são recolhidas das praias do RN

Ao longo de dois meses, desde o aparecimento de óleo no litoral nordestino, 19 toneladas foram recolhidas nas praias potiguares, de acordo com levantamento da Defesa Civil do Rio Grande do Norte.

O estado agora pretende entregar o material à indústria do cimento, para ser usado como matéria prima ou combustível. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) estuda a logística envolvida.

Segundo o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, pelo menos três indústrias do estado já demonstraram interesse em receber o óleo. Uma delas já recebeu óleo recolhido no Ceará. Atualmente, o material está armazenado em bombonas e “big bags” nos municípios de Nísia Floresta e Tibau do Sul.

“Depois que esse óleo for recebido pela indústria, passará por uma análise, porque ele vem muito contaminado, da salinidade, da areia, da exposição ao sol. Eles vão vão decidir como incorporar esse material na produção, como combustível ou como matéria prima”, afirmou.

Porém, o Idema ainda aguarda um parecer do Ibama sobre a destinação e estuda a logística envolvida no transporte e entrega do óleo, já que as essas indústrias se concentram no outro extremo do estado, na região Oeste.

De acordo com Aguiar, as empresas contam com fornos específicos, com filtros e monitoramento da emissão de gases, dentro dos parâmetros exigidos pela legislação e resoluções nacionais.

Nísia Floresta, mais atingida

O município de Nísia Floresta, na região metropolitana, foi o mais atingido pelo óleo que apareceu no litoral potiguar desde o início de setembro – considerando-se a quantidade recolhida: 16 toneladas. Já em Tibau do Sul, foram cerca de três toneladas. Em Senador Georgino Avelino, foram 4 kg e em Rio do Fogo, 3 kg.

A soma representa cerca de 1% do total recolhido apenas em Alagoas, onde foram registradas mais de 2 mil toneladas.

De onde vem o óleo?

A Polícia Federal cumpriu na última sexta (1º) mandados de busca e apreensão na Lachmann Agência Marítima, que seria representante do navio Bouboulina – suspeito de derramar ou vazar o óleo que atingiu o litoral nordestino. A sede da empresa fica no Rio de Janeiro.

Em nota, a Lachmann afirma que não é alvo da investigação da PF, e que foi solicitada para colaborar com as investigações. Isso porque, segundo alega, em 2016 atuou como prestadora de serviço para a empresa dona do navio suspeito.

Outra empresa, Witt O Brien’s, que mantém relações comerciais com a Lachmann, também foi alvo da operação da PF. Em nota, a Witt disse que o navio alvo da investigação ou seu armador “jamais” foi seu cliente no Brasil, e que o país não exige que navios tenham contratos pré-estabelecidos para combate a emergências.

Fonte: G1