Fonte: Conexão Planeta
Nos anos 90, o interesse do casal de milionários americanos Kristine McDivitt e Douglas Tompkins por terras no sul do Chile nunca foi visto com bons olhos pelos moradores da região, que nunca acreditaram no que eles diziam: queriam comprar terras para preservá-las e as devolverem para uso público. Faziam o mesmo na Argentina também.
Mas, esta semana, a presidente Michelle Bachelet e a viúva do magnata mostraram que os americanos tinham realmente boas intenções: assinaram acordo para transferência de 400 mil hectares de terra que, acrescidos de 949 hectares pelo governo, integrarão a futura Rede de Parques Nacionais da Patagônia. O tamanho total da área – 4,5 milhões de hectares – equivale ao tamanho da Suíça. Trata-se da maior doação de terras privadas da história!
Kristine decidiu fazer essa doação quando o marido ambientalista, cofundador da marca de roupas e artigos esportivos North Face, morreu em um acidente de caiaque na Patagônia chilena, em dezembro de 2015, aos 72 anos. Ele acreditava que a melhor maneira de preservar era deixar a terra intacta – grande, selvagem e conectada a outras – e que os parques nacionais são algumas das maiores expressões da democracia.
Nos últimos 20 anos de sua vida, Douglas morou na Patagônia chilena e dizia que, ao contrário de inúmeros milionários, ele estava “salvando o paraíso”. Infelizmente, nunca conseguiu se livrar da horrível fama de “maior latifundiário” do Chile e da Argentina e seu reconhecimento aconteceu depois da morte.
O maior projeto de parques do mundo
Segundo a presidência do Chile, as terras doadas ficam nas regiões de Los Lagos, Aysén, Magalhães e Antártica chilena e abrigarão três parques nacionais – Pumalin, Melimoyu e Patagônia – que somam 2 mil km, no sul do país.
Os parques que já existem (Hornopirén, Corcovado e Isla Magdalena) serão ampliados, mas a criação oficial da Rede de Parques Nacionais ainda está sem definição. Reunirá 17 áreas preservadas e, segundo Bachelet, será “o maior projeto de parques do planeta, desde os anos 60 e um grande passo para preservar a vasta fonte de biodiversidade do país”.