Chico Mendes e seu legado por lutar pela preservação da floresta Amazônica

Chico Mendes e seu legado por lutar pela preservação da Floresta Amazônica

“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”

A frase resume a história do maior símbolo brasileiro da luta pela preservação da floresta Amazônica, que foi assassinado em 1988 a mando de fazendeiros.

Com os presentes acontecimentos em torno da área ambiental e a preocupação em torno da preservação da floresta Amazônica, o legado de Chico Mendes ainda é considerado atual e necessário!

Nascido no seringal Porto Rico, em Xapuri no interior do Acre em 1944, filho de seringueiro, Francisco Alves Mendes Filho desde pequeno trabalhou na floresta e foi alfabetizado apenas quando tinha 19 anos. Aos 31 anos, em 1975, Chico deu inicio a sua atuação como sindicalista e ativista contra o desmatamento da floresta Amazônica.

Ele criou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC), ajudou a fundar o PT na região e foi organizador da União dos Povos da Floresta – aliança formada entre indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores e populações ribeirinhas que poderiam ser ameaçadas pelo desmatamento da região.

A sua militância deixava os fazendeiros incomodados. Por meio do movimento sindical, Chico difundiu suas ideias e começou a organizar as bases que fortaleceriam o movimento, em decorrência, o ativista inicia uma resistência chamada de “empate” com os demais serigueiros acompanhados de mulheres e crianças, tentam impedir o desmatamento colocando-se entre as árvores e as motosserras inibindo o desmate.

A luta empregada por Chico Mendes reúne importantes aliados no país, dentre eles Marina Silva, e o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros. Na ocasião, propõe a integração entre índios e seringueiros por meio da “União dos Povos da Floresta”, projeto baseado na criação de reservas extrativistas e na reforma agrária.

Em 1987, o ativista é convidado a denunciar a devastação ambiental na reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Miami (EUA), denunciando a destruição da floresta.

Na época, ele solicitou a suspensão do financiamento para a construção da BR – 364, que atravessaria o estado de Rondônia e chegaria ao Acre. No ano seguinte, em 1988, ganhou o Global 500, prêmio da Organização das Nações Unidas, além da Medalha de Meio Ambiente da Better World Society.

Ao mesmo tempo em que era reconhecido internacionalmente, em Xapuri as ameaças de morte aumentavam a cada dia.

A militância não conseguiu salvá-lo. Em 22 de dezembro de 1988, em uma emboscada nos fundos de sua casa, ele foi assassinado por Darrly Alves a mando de seu pai, Darcy Alves, grileiro de terras.

Os assassinos de Chico Mendes foram presos e condenados a 19 anos de prisão, graças ao depoimento de Genésio Ferreira da Silva, que tinha 13 anos na época e assistiu a toda a preparação da morte.

Veja também

Em 2018, o canal Amazônia Real lançou um documentário contando a história de Chico Mendes e de Genésio. Confira:

Além do livro de Zuenir Ventura e do documentário “Genésio — um pássaro sem rumo”, há ainda inúmeras outras produções para conhecer mais sobre o legado de Chico Mendes.

 

Fonte: Exame