A origem do greenlash: jogo de forças
Os avanços para um mundo mais sustentável são inegáveis. Eles nasceram da crise climática que foi se agravando com o passar das décadas de industrialização.
Mas é algo muito recente. Por isso, não é de se estranhar que novos termos e conceitos relativos ao assunto surjam e comecem a aparecer nas páginas dos jornais e nas conversas cotidianas. Um desses conceitos é o greenlash.
Popularizado pela cientista Nathalie Tocci, greenlash vem de “backlash”, palavra em inglês que significa “reação negativa”, “repúdio”. A junção com “green” revela a rejeição a medidas que promovem a sustentabilidade.
Porém, após tantos avanços empreendidos até aqui para mitigar o aquecimento global, não seria uma ameaça real de retrocesso afirmar que sustentabilidade é uma bobagem?
Quem e por que pensaria dessa forma? É o que vamos analisar neste artigo.
A rejeição à defesa da sustentabilidade
Mais especificamente, desde o atentado do 11/06/2001, a polarização do mundo foi se acirrando, demarcando diversas vertentes ideológicas, a ponto de ganhar muito mais força na década de 2010.
De um lado, grupos de investidores, políticos, alguns CEOs de entidades financeiras e grandes corporações tentam provar que os problemas do meio ambiente são um “exagero”.
Supostamente, seriam uma “falsa bandeira” levantada propositalmente por aqueles que consideram o progresso econômico como a raiz de todos os males.
O progresso, para esta linha de pensamento, não pode ser parado. De mais a mais, para eles, há dúvidas sobre os resultados (e gastos!) com medidas em prol de meio ambiente, igualdade e transparência. “Greenlashers” creem que as informações são supostamente manipuladas a favor da estagnação e com intenções de tornar o mundo um lugar enrijecido, sem produção de riquezas.
Para esta divisão, a agenda ESG e a criação de novas frentes pela defesa responsabilidade ambiental e social seriam uma fraude. Aliás, vale lembrar que figuras importantes como Elon Musk e Donald Trump já acusaram a agenda ESG de ser inútil e causadora de gastos e atrasos.
O outro lado: a luta pela sustentabilidade
O grupo defensor busca demonstrar que o greenlash é um atraso

Os defensores de uma política inclusiva e atenta às mudanças climáticas declaram que estamos à beira de um colapso ambiental e civilizatório. Esse grupo se baseia em pesquisas científicas e documentos oficiais de órgãos como a ONU e o IPCC.
Assim como no polo oposto, estão neste grupo governos, órgãos regulatórios, empresas e até celebridades como Greta Thunberg e Leonardo Di Caprio, dispostos a entrar na briga e levá-la adiante. Sua proposta consiste na redução das emissões de GEE e na proteção de ecossistemas ameaçados pela exploração desmedida. Há também um enfoque no combate à desigualdade social, pois acreditam que este é um dos elementos que contribuem para o drama planetário.
Contudo, nessa disputa, a corda estica, a implementação de medidas sofre atrasos, empresas recorrem à “maquiagem verde”, os debates se ampliam e não chegamos a um consenso.
Para onde vai isso tudo? Este é um ponto crucial nesse jogo de forças como veremos.
Os argumentos dos “greenlashers”
Das dúvidas sobre os dados à teorias de conspiração, as alegações são as mais distintas
Numa página na internet que leva o próprio termo, os argumentos para afirmar que sustentabilidade é uma “tendência” sem fundamento são os mais variados. Entre eles, estão:
– A escalada de gastos e custos com a implementação de estratégias que não demonstram confiabilidade;
– O longo período que levaria uma transição energética sem que se saiba com precisão suas etapas e efeitos para o meio ambiente e a economia;
– A hipocrisia de empresas supostamente responsáveis pela emissão de toneladas de gases de efeito estufa como companhias petrolíferas e carboníferas, que ao mesmo tempo se declaram sustentáveis;
– Perspectivas enviesadas que apenas favorecem tendências políticas de determinados partidos ou ideologias, já que empenho é para parecer o “mocinho”;
– A dramatização de crises climáticas que já ocorreram em outras épocas e não ameaçaram a humanidade.
Por que o greenlash seria uma ameaça de retrocesso?
De fato, o trade-off, ou seja, os gastos para introduzir novos hábitos existem, mas são urgentes. Um artigo da Harvard Business Review deixa claro que é impossível evitar despesas para promover mudanças no âmbito da sustentabilidade.
Porém, embora levem um tempo para serem perceptíveis, os avanços e a melhoria das condições ambientais são indiscutíveis. Consequentemente, há um reconhecimento de stakeholders, especialmente consumidores e investidores, demonstrando a recompensa. E a recompensa também se dá na qualidade de vida e na proteção ambiental.
Dados constatados na prática
Lembremo-nos dos difíceis tempos de COVID-19. Ficamos trancados em casa, indústrias, empresas, circulação de veículos, quase tudo ficou parado. Embora tendo representado um sério baque na economia mundial, o resultado dessa freada mudou muita coisa. Houve comprovadamente redução significativa das emissões de CO2 e até a purificação de locais poluídos como os canais de Veneza.
Há indiscutivelmente o uso inadvertido de medidas que não ajudam em nada a salvar o planeta do caos. O greenwashing é feito por bancos, empresas de diversos setores e até pela mídia. Tudo documentado e veiculado nos meios de comunicação, algo indefensável.
No entanto, essa ação desonesta tem sido combatida por leis e regulamentações mais severas e a própria população está mais atenta a quem diz que faz uma coisa, mas faz outra. E o cancelamento chega (trazendo com ele perdas consideráveis de reputação e dinheiro).
Nesse panorama, levanta-se a questão: o greenlash, defendido por algumas autoridades políticas e empresariais que atualmente dirigem o mundo, vai colocar abaixo a sustentabilidade?
A resposta é não, e explicamos o motivo para a réplica categórica.

Greenlash é onda e sustentabilidade é permanência
Ao menos é o consenso entre boa parte de investidores e analistas do mundo inteiro.
Recentemente, Alice Ross, para o Financial Times, afirmou que as terminologias para a sustentabilidade como bioeconomia, ESG, segurança energética, entre outras, podem variar. No entanto, é fato que esse assunto não sairá mais da nossa realidade.
E não se trata de uma “queda de braço”.
Por que “greenlashers” não passarão?
Há comprovações científicas que datam do início do século XX até os dias de hoje, as quais indicam que desde 1890 os gases de efeito estufa produzidos pela aceleração desenfreada da industrialização estão modificando não apenas o clima, mas o comportamento de ecossistemas inteiros.
Os riscos variam da escassez de recursos até o derretimento de calotas polares que aumentariam os níveis do mar, apagando do mapa, literalmente, cidades e países.
Outra grave ameaça está no degelo do permafrost, camada de solo congelada que abriga elementos químicos tóxicos como mercúrio e radônio. Isso sem falar na possibilidade do colapso do solo ou seu desmoronamento, um evento com poder de destruição difícil de calcular.
Em suma, o agravamento da crise climática é algo real e desistir da luta para combatê-la seria um total retrocesso e um risco iminente de extinção de espécies e um perigo para todos nós.
Quais os caminhos e soluções para rebater o greenlash?
Temos atualmente a tecnologia a nosso favor. Recursos tecnológicos para a redução de gases de efeito estufa e empresas que oferecem treinamentos e capacitações para o uso destas.
A Eccaplan se destaca nesse cenário como uma pioneira no Brasil. Além de oferecer diferentes soluções, a empresa conta com uma equipe de consultoria que oferece total suporte para uma transformação pela sustentabilidade.
Com certificações legítimas e reconhecidas por órgãos internacionais, a Eccaplan proporciona aos seus clientes a oportunidade de promover debates e contar com palestras do nosso CEO, Fernando Beltrame, especialista em mercado de carbono e gestão de resíduos.
A empresa acredita que somente através da implementação conjunta de medidas – principalmente educacionais, para a desconstrução de conceitos equivocados – conseguiremos reverter o processo, ainda que leve tempo.
Outro ponto importante: a Eccaplan está consciente de que por mais que nos custe realizar mudanças – e seres humanos costumam relutar a elas – não há outro caminho.
E é preciso deixar claro que essa decisão não atende a nenhuma ideologia, somente ao instinto e necessidade de sobrevivência que devemos acionar. Já não se trata de futuras gerações, mas da nossa própria.
Quer promover a mudança e deixar o greenlash para trás? Entre em contato com a gente!
