Pegada de carbono: por que medir define competitividade

Entenda como a pegada de carbono impacta resultados, regula mercados e orienta decisões estratégicas de negócio
Pegada de carbono

Todos nós, inclusive empresas, deixamos uma marca no planeta. Energia consumida, logística, fornecedores, resíduos, produtos em circulação. Parte desse impacto é visível. Outra parte, não.

É aí que entra a tão propagada pegada de carbono.

Ela traduz, em números, as emissões de gases de efeito estufa associadas às operações de uma empresa, produto ou serviço.

Porém, não como conceito abstrato, mas como dado estratégico, expresso em toneladas de CO₂ equivalente.

Assim, mais do que medir emissões, a pegada de carbono revela riscos, custos ocultos e oportunidades reais de eficiência.

Por que a pegada de carbono se tornou um critério decisivo?

Durante muito tempo, medir emissões foi visto como obrigação ambiental. Hoje, é instrumento de gestão.

Por isso, empresas que conhecem sua pegada conseguem:

  • antecipar exigências regulatórias,
  • responder a pressões de cadeias globais,
  • acessar capital com melhores condições,
  • e proteger sua reputação em mercados cada vez mais atentos ao carbono.

Além disso, quem mede passa a decidir melhor. Onde reduzir, investir e, principalmente, agir primeiro.

Consequentemente, em um cenário de precificação de carbono, CBAM europeu e novas normas de apresentação de relatórios climáticos, o impacto invisível passou a ter preço, prazo e consequência.

E esse é um ponto que as empresas não poderão mais negligenciar, particularmente a partir de 2026.

Soluções sustentáveis da Eccaplan para empresas

Os pilares da pegada de carbono corporativa

A pegada de carbono transcende os muros da operação própria, mapeando a influência climática completa de um negócio. Trata-se de uma contabilidade rigorosa que captura:

  • as fontes diretas das chaminés e frotas;
  • rastro energético da eletricidade consumida;
  • e o impacto estendido que permeia toda a cadeia, da extração da matéria-prima ao descarte final do produto.

Nesse sentido, o resultado vai além de um número: é um retrato fidedigno da performance climática corporativa. Em outras palavras, trata-se de uma imagem construída não por estimativas, mas por evidências mensuráveis.

Essa base factual é o alicerce que sustenta metas críveis, relatórios de sustentabilidade mais transparentes e, acima de tudo, decisões estratégicas fundamentadas. 

Portanto, é a antítese do improviso: é a governança orientada por dados.

Medir não é burocracia. É ponto de partida

Nenhuma estratégia de descarbonização sai do papel sem um diagnóstico confiável.

Por isso, o ponto de partida é claro: o inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Construído com metodologias consolidadas, como o GHG Protocoladotado por mais de 90% das empresas da Fortune 500 —, esse inventário vai muito além de um exercício contábil. Ele transforma o impacto climático em dado acionável.

Primeiro, organiza as emissões em três frentes essenciais: operações diretas, consumo de energia indireta e cadeia de valor.

Em seguida, converte o que antes era abstrato em números concretos.

Os números falam por si sós

Em setores como o de bens de consumo, até 90% da pegada de carbono pode estar no Escopo 3, concentrada em fornecedores e no uso dos produtos.

Ou seja, fora dos muros da empresa — e, justamente por isso, onde estão os maiores riscos e oportunidades.

Além disso, esse nível de precisão permite antecipar exposições a mecanismos de precificação de carbono, hoje já presentes em mais de 70 jurisdições no mundo, segundo dados internacionais.

Ao mesmo tempo, aponta caminhos claros para ganhos de eficiência.

De acordo com o World Economic Forum, iniciativas bem direcionadas de eficiência energética podem gerar retornos entre 20% e 40% sobre o investimento.

Quando realizado de forma contínua, o inventário deixa de ser um relatório estático.

Por isso, ele se torna a espinha dorsal da gestão climática, orientando decisões estratégicas, investimentos e metas com base em dados, não em discursos.

O desafio real: a cadeia de valor

À medida que marcos regulatórios como a CSRD europeia e mecanismos de fronteira como o CBAM avançam, o risco climático muda de lugar.

Ele deixa de estar apenas nas operações diretas e passa a se concentrar, cada vez mais, na cadeia de valor.

Para a maioria das empresas, esse deslocamento é decisivo.

Estudos e relatórios internacionais mostram que o Escopo 3 costuma responder pela maior parte da pegada de carbono corporativa, frequentemente entre 65% e 90%, a depender do setor e do modelo de negócio.

É ali que estão as emissões de fornecedores, da logística, do uso dos produtos e do descarte final.

Em setores como varejo, moda, bens de consumo e tecnologia, essa realidade é ainda mais evidente.

O impacto climático não está apenas nas fábricas ou escritórios, mas se espalha ao longo de toda a cadeia, muitas vezes fora do controle direto da empresa, mas não fora de sua responsabilidade.

Esse novo cenário redefine o jogo.

Em outras palavras, medir apenas os Escopos 1 e 2 já não é suficiente.

Reguladores, investidores e grandes compradores exigem visibilidade sobre o Escopo 3, com dados consistentes e metodologias reconhecidas, como o GHG Protocol, hoje alinhado às exigências dos padrões europeus de reporte.

O novo mapa do risco

E, ao mesmo tempo, o principal campo de oportunidades.

Empresas que mapeiam com precisão as emissões do Escopo 3 conseguem ir além da conformidade.

Elas antecipam exigências legais, fortalecem cadeias mais eficientes, desenham produtos melhores e ampliam o acesso a mercados e capitais cada vez mais sensíveis ao carbono.

Por outro lado, quem permanece preso a uma visão superficial perde espaço. Não por imagem. Mas por critério de permanência.

Desse modo, o mercado passou a precificar carbono e a exigir transparência real, não declarações genéricas.

Nesse contexto, medir profundamente deixou de ser diferencial. Tornou-se o novo requisito mínimo para competir.

Matriz de materialidade feita pela Eccaplan para as estratégias de sustentabilidade das empresas

Da medição à ação: como reduzir de forma inteligente?

A medição precisa não é o ponto final. Pelo contrário, é o início da governança estratégica de carbono. Nas empresas mais maduras, a pegada de carbono deixa de ser apenas um dado de relatório e passa a integrar a gestão do negócio.

Nesse contexto, as emissões tornam-se um indicador operacional e financeiro relevante. Elas entram no radar da liderança, dialogam com custos, riscos e decisões de investimento.

Ou seja, conectam sustentabilidade ao core business.

Por isso, metas de descarbonização bem estruturadas não caminham isoladas. Elas se alinham à estratégia de crescimento, aos critérios de CAPEX e à agenda de inovação. Esse alinhamento transforma ações dispersas em decisões integradas.

Assim, iniciativas como eficiência energética, transição para fontes renováveis, otimização logística e engajamento de fornecedores deixam de ser projetos pontuais.

Passam a compor um portfólio claro de investimentos, priorizado por impacto, retorno e redução de risco.

Nesse nível de maturidade, reduzir emissões já não é visto como custo ambiental. Ao contrário, consolida-se como um motor de criação de valor.

Primeiro, pela melhoria da eficiência operacional, com ganhos mensuráveis.

Depois, pela redução da exposição a riscos regulatórios e de mercado, como mecanismos de precificação de carbono e exigências de fronteira.

Por fim, pela diferenciação estratégica, em um cenário em que investidores, clientes e parceiros tomam decisões cada vez mais orientadas por dados climáticos.

matriz de materialidade

Quando a eliminação total é impossível: compensação como integridade estratégica

Mesmo com estratégias robustas de redução, parte das emissões permanece. São as chamadas emissões residuais. Para setores intensivos, esse é um limite técnico e operacional conhecido.

É justamente nesse ponto que entra a compensação de carbono. Não como atalho, nem como desculpa. Mas como um instrumento complementar para equilibrar o impacto final e viabilizar a neutralidade climática.

No entanto, o debate atual não gira em torno da compensação em si.

O foco está na sua integridade.

Compensar sem critérios técnicos sólidos, sem rastreabilidade e sem projetos certificados não resolve o problema.

O cuidado com a ampliação de riscos

Hoje, investidores, reguladores e grandes compradores analisam com atenção a qualidade dos créditos utilizados.

A ausência de adicionalidade, verificação independente ou transparência transforma a compensação em passivo reputacional. Esse escrutínio é crescente, sobretudo em mercados regulados e cadeias globais de suprimentos.

Por outro lado, quando bem estruturada, a compensação ganha outro papel. Ela deixa de ser apenas uma transação financeira. Passa a integrar, de forma legítima, a estratégia de descarbonização.

Nesse cenário, o mercado já diferencia os caminhos.

E mais do que isso: precifica essa diferença. Empresas que adotam uma lógica clara de responsabilidade no âmbito ESG constroem confiança, reduzem riscos e preservam valor no longo prazo.

Assim, a decisão deixou de ser se compensar ou não. A escolha real é como compensar.

Com rigor, transparência e credibilidade — ou assumindo uma vulnerabilidade crescente em um ambiente que exige coerência climática.

Como a Eccaplan acelera a sua estratégia climática

Transformar o desafio climático em vantagem competitiva exige mais do que intenção. Exige método, dados confiáveis e gestão contínua.

Na prática, isso significa ir além do discurso. A pegada de carbono deixa de ser um número isolado e passa a orientar decisões estratégicas, operacionais e financeiras.

É nesse contexto que a Eccaplan atua.

Combinamos conhecimento técnico e tecnologia para apoiar empresas na construção de inventários de emissões consistentes e na implementação de um ciclo contínuo de gestão de carbono, sempre conectado às métricas do negócio.

Para fechar essa jornada com integridade, entra a compensação. E aqui, o rigor é essencial.

A Carbonfair, plataforma de compensação da Eccaplan, vai além do acesso a créditos de carbono. Ela funciona como uma ferramenta de governança climática, conectando empresas a projetos certificados e auditáveis, com rastreabilidade e verificação independente.

Dessa forma, a compensação deixa de ser um ponto sensível. Passa a reforçar transparência, credibilidade e confiança junto a investidores, clientes e parceiros.

A jornada climática é, portanto, integrada e contínua.

Começa na mensuração precisa. Avança com o gerenciamento ativo e a redução interna. E se completa com a compensação qualificada das emissões residuais.

Nesse novo cenário, a pegada de carbono não é o destino final. É o início de uma estratégia mais madura, capaz de alinhar desempenho ambiental, resiliência e competitividade.

Empresas que operam com dados confiáveis não apenas atendem às exigências atuais.

Elas se antecipam às mudanças, fortalecem suas cadeias de valor e acessam oportunidades reservadas a quem trata o carbono como variável estratégica.

Pronto para transformar a sua estratégia climática em um vetor claro de criação de valor e resiliência? Fale com nosso time de especialistas!

Projeto Terrus Carbon Coffee da Carbonfair, Eccaplan. A pioneira em trading de carbono. Mercado de carbono de países emergentes, o Brasil.

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