Os técnicos da Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) informaram nesta terça-feira (8) que estão preocupados com a situação do peixe-boi Astro, que desde 1998 vive no Litoral de Sergipe, e pode ser afetado com as manchas de óleo espalhadas na costa nordestina. O equipamento de monitoramento do animal apresentou evidências do contato com a substância deixando a equipe em alerta.
De acordo com o coordenador da FMA, pequenas manchas foram encontradas em galhos de mangues e na beira da praia, locais onde Astro costuma passar. Os técnicos estudam a possibilidade do animal ser transferido para uma área mais segura e aguardam a chegada de mais uma equipe, com uma estrutura de rede e macas, para realização de uma possível transferência.
A FMA está em alerta também com a movimentação das manchas que podem atingir o capim-agulha, um dos alimentos do Astro. “Ainda não está muito evidente quais são os transtornos relacionados aos organismos menores [cavalos-marinhos, peixes, entre outros]. Ao acompanharmos o Astro dentro desses ambientes, de alguma maneira, nos permite compreender quais são os transtornos às espécies que coabitam nele”, esclarece.
Situação de Emergência
Neste sábado (5), o governo de Sergipe decretou situação de emergência, e o projeto Tamar suspendeu a soltura de filhotes de tartarugas marinhas por conta do problema. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro determinou uma investigação sobre as origens do óleo.
Manchas em Sergipe
A quantidade de manchas em Sergipe levou ao Governo do Estado não só decretar estado de emergência, como recomendar que a população não utilize as 12 praias atingidas. São elas:
- Aracaju – Atalaia e Mosqueiro
- Barra dos Coqueiros – Atalaia Nova, Barra, Costa, Jatobá e Porto
- Estância – Abaís, Caueira, Estância
- Pacatuba – Porto dos Mangues
- Pirambu – Praia de Pirambu
- Além disso, ainda em Pirambu, as manchas atingiram a área de praia do maior berçário de tartarugas da
O peixe-boi
‘Astro’ foi o primeiro animal da espécie a ser reintroduzido no país. No ano de 1991, ele foi encontrado ainda filhote encalhado na praia de Aracati, no estado do Ceará, sendo em seguida encaminhado para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, em Itamaracá, onde recebeu atendimento adequado e permaneceu por três anos em processo de reabilitação.
Em 1994, foi transferido para um cativeiro construído em ambiente natural, em Paripueira (AL), e, após readaptado às condições ambientais, foi solto nesta mesma região. Por volta do ano de 1998, ‘Astro’ se deslocou para o litoral de Sergipe e, desde então, vem utilizando a área compreendida entre o rio Vaza-Barris (SE), o complexo estuarino Rio Real até Mangue Seco, no litoral da Bahia.
Acidentes
Os ambientalistas lembram que o animal, que é monitorado com uso de tecnologia satelital, já foi vítima de no mínimo 13 atropelamentos por embarcações motorizadas, que ocasionaram sérios ferimentos, com risco de vida.
No caso do animal se encontrar em situação de perigo, a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) recomenda que os profissionais do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho sejam acionados através dos números (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352 (whatsapp) e (79) 99130-0016.
Fonte: G1