Fonte: Quem Inova
Quem passa pelo número 1.020 da av. Braz Leme, em Santana, na zona norte de São Paulo, não imagina que, em janeiro, a fachada desse prédio vai gerar energia suficiente para manter 66 estações de trabalho, além de evitar a emissão de 578 toneladas de CO2 por ano.
Lá, estão sendo aplicados filmes fotovoltaicos orgânicos (OPVs) que captam a luz do sol. Segundo a Sunew, empresa brasileira e única das Américas a produzir os OPVs em material transparente, o edifício será a maior área do mundo com aplicação comercial de células fotovoltaicas.
Marcos Maciel, CEO, diz que é o início da disponibilização da nova tecnologia para o consumo em larga escala no mercado mundial, após um investimento de R$ 100 milhões na implantação da fábrica, que hoje tem capacidade produtiva de 400 mil m²/ano.
Os OPVs são filmes plásticos impressos com uma tinta orgânica que permite a produção de energia solar. A inovação é 40 vezes mais leve e 50% mais transparente em relação as placas rígidas usadas nas outras gerações de energia, além de ser 100% flexível, permitindo aplicações em locais onde as tecnologias convencionais não se aplicam hoje. “É leve, flexível, translúcido e tem baixa dependência do ângulo de incidência solar, bloqueio de raios UV e infravermelho, além de altamente customizado em termos de cores e formato”, explica.
A aplicação do OPV também é capaz de reter 95% da radiação UV, o que, combinado ao fato de o material ser transparente e permitir a entrada de luz, contribui para o conforto térmico e uma melhor gestão da eficiência energética do edifício. Esses fatores combinados têm potencial para garantir até 44 pontos na certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), criada para classificar construções sustentáveis de acordo com os critérios de racionalização de recursos.
Os filmes podem ser aplicados desde em fachada de um prédio, como é o caso desse empreendimento paulistano idealizado pela construtora Inovalli, até o teto de um veículo ou um toldo de uma praça.