O governo da Austrália planeja investir 500 milhões de dólares australianos – o equivalente a 312 milhões de euros ou 1,3 bilhão de reais – para recuperar e proteger a Grande Barreira de Corais, localizada na costa do país e considerada o maior ecossistema de corais do mundo.
O anúncio foi feito neste domingo (29/04) pelo ministro australiano do Meio Ambiente, Josh Frydenberg. Em entrevista à emissora local ABC, o político afirmou que se trata do “maior investimento individual em restauração e gestão da história da Austrália”.
Segundo Frydenberg, o montante será gasto para melhorar a qualidade da água, combater uma espécie de estrela-do-mar conhecida como coroa-de-espinhos, que se alimenta de corais, e ajudar a desenvolver novas espécies de corais mais resistentes a temperaturas mais quentes.
A Grande Barreira de Corais, declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco em 1981, é a maior estrutura viva da Terra, com 2.300 quilômetros de extensão, ultrapassando o tamanho da Itália. O recife abriga mais da metade das espécies de corais conhecidas.
Ao lado de mais de 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil de moluscos, encontram-se animais ameaçados de extinção, como o mamífero dugongo e a grande tartaruga-verde marinha.
A Grande Barreira está gravemente ameaçada. Em anos recentes, o recife tem sofrido com um efeito conhecido como branqueamento, causado principalmente pelas mudanças climáticas. O aumento da temperatura da água, bem como a acidificação do oceano, causou danos catastróficos aos corais.
Um estudo publicado na revista científica Nature no início do mês mostrou que o ecossistema perdeu quase um terço de seus corais durante um período de apenas nove meses em 2016, após uma extensa onda de calor.
Os corais australianos também foram afetados por uma epidemia da estrela-do-mar coroa-de-espinhos. A espécie é um predador natural de corais e vem causando danos enormes a esses animais nas últimas décadas.
O investimento antecipado neste domingo faz parte de um orçamento que deve ser revelado pelo governo da Austrália ao longo da próxima semana. Uma parte das despesas será usada para convencer os agricultores a reduzirem a quantidade de substâncias nocivas, como sedimentos e pesticidas, que acabam fluindo para a Grande Barreira, afirmou Frydenberg.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, o recife é responsável por cerca de 64 mil empregos, tem um valor de mais de 6 bilhões de dólares australianos à economia do país e atrai mais de 2 milhões de visitantes por ano.
“É um ícone natural nacional e internacional, e é por isso que estamos tão determinados em salvá-lo e preservá-lo para as gerações futuras”, concluiu o político.
Fonte: Deutsche Welle