Você quer tornar seu evento mais sustentável e se deparou com a possibilidade de fazer a neutralização de carbono? Ou você foi a um evento, viu uma comunicação de “Evento Neutro” e quer saber como isso funciona?
Bom, independente do motivo, se você quer entender como um evento se torna zero em carbono através da neutralização de carbono, esse artigo é para você!
O vídeo abaixo mostra em menos de 2 minutos o conceito de neutralização de carbono.
De uma forma simples, nesse artigo vamos explicar:
- O que significa neutralização de carbono ou carbono zero em eventos?
- Quais são as etapas da neutralização de carbono em eventos?
- Eventos carbono zero são mais sustentáveis?
As atividades que são necessárias para que um evento seja realizado liberam, de forma direta e indireta, gases que causam o efeito estufa. Por isso, o impacto ambiental de eventos pode ser medido através da quantidade de CO2 emitida.
Pense que, somente na cidade de São Paulo, acontece um evento a cada 2 minutos, desde shows, exposições, palestras, cursos, treinamentos, feiras entre muitos outros tipos e formatos. Agora imagine a quantidade de pessoas e equipamentos envolvidos desde a montagem, a realização e a sua desmontagem, o consumo de energia e a geração de resíduos.
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Todos esses fatores estão relacionados à emissão de gases de efeito estufa. Mesmo que a organização identifique e adote medidas para reduzir essas emissões, ainda sim, há uma parcela que é inevitável.
A neutralização de carbono em eventos garante que a quantidade de gases de efeito estufa liberados por conta de sua realização sejam compensados, ou neutralizados, através do apoio a projetos ambientais que removeram, ou deixaram de emitir, a mesma quantidade de CO2 da atmosfera.
Na prática, quando um evento faz a sua neutralização de carbono, ele está zerando seu impacto ambiental em termos de emissões de CO2, e faz isso contribuindo para garantir a existência de projetos de preservação florestal ou de tecnologias limpas. Veja ainda outras razões para fazer a neutralização de carbono.
Quais são as etapas da neutralização de carbono em eventos?
A neutralização de carbono em eventos acontece por meio de 4 etapas sequenciais: a coleta de dados; o cálculo ou inventário de emissões de carbono; a compensação; e por último, vamos considerar aqui uma etapa fundamental, que chamaremos de transparência e rastreabilidade.
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Etapa 1: Coleta de Dados
Nesta etapa, o objetivo é levantar todas as informações pertinentes que serão posteriormente utilizadas no cálculo do inventário de emissões. Os dados devem abranger todas as etapas do evento: montagem, realização e desmontagem.
O transporte, o consumo de energia e a geração de resíduos estão entre as fontes de gases de efeito estufa mais comuns em eventos, portanto, as informações mais comuns levantadas são a: quantidade de pessoas envolvidas, os deslocamentos realizados, a potência e tempo de uso de geradores de energia, a quantidade e tipo de resíduos gerados.
Etapa 2: Cálculo da Emissões
Essa etapa também é conhecida como “inventário de emissões”. Aqui o papo é técnico mesmo.
O objetivo do cálculo é converter todas as emissões de efeito estufa que não puderam ser evitadas em “kg de CO2 equivalente”. Essa é a unidade de medida internacional que foi adotada para medir o impacto ambiental ou a “pegada de carbono” de eventos.
Vamos imaginar que na etapa 1, coletamos a informação da potência de uma fonte de energia e tempo de uso. Na etapa 2 precisamos converter esse dado em kg de CO2 emitidos ao meio ambiente.
Essa conversão não pode ser feita de forma aleatória, mas usando metodologias reconhecidas pelo comitê de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, como o GHG Protocol, por exemplo. Seguindo todas as conversões necessárias, tem-se como produto final, a quantidade em kg de CO2 equivalente que o evento gerou.
Etapa 3: Compensação das Emissões
Agora que já é conhecida a quantidade de CO2 que precisa ser neutralizada, vamos entender um pouco mais sobre o mecanismo de neutralização de carbono.
O comitê de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, através do Protocolo de Kyoto, definiu que países em desenvolvimento podem implementar projetos que contribuam para a sustentabilidade e apresentem uma redução ou captura de emissões de gases causadores do efeito estufa, obtendo como resultado as Reduções Certificadas de Emissões (RCEs, ou na sigla em inglês, CERs), mais conhecidas como créditos de carbono.
Cada tonelada de gás carbônico removida ou evitada, e comprovadamente mensurável, é convertida em 1 crédito de carbono. Os créditos de carbono são emitidos sempre ex-post, ou seja, após a comprovação de sua contribuição na redução dos níveis de gases de efeito estufa.
Portanto, somente projetos ambientais com benefícios comprovados e que passam por auditorias e verificações podem emitir créditos de carbono. São projetos como preservação de florestas, tecnologia limpa, parques eólicos e uso de biomassa para gerar energia, por exemplo.
Para realizar a neutralização de carbono, créditos de carbono devem ser adquiridos na mesma quantidade das emissões de CO2 geradas pelo evento.
Etapa 4: Transparência e Rastreabilidade
Um crédito de carbono pode ser utilizado apenas uma única vez para a neutralização, ou seja, não pode haver duplicidade. Para controlar isso, fala-se em “aposentar” o crédito de carbono em nome do evento que foi neutralizado. Esse controle de “aposentadoria” de créditos deve ser fornecido pela empresa que prestou o serviço de neutralização.
Normalmente é fornecido um código, e pode-se consultar no site do Mercado de Carbono onde o crédito está registrado a aposentadoria no mesmo.
Está pensando fazer neutralização de Carbono em seu evento? Saiba mais como funciona.
Eventos carbono zero são mais sustentáveis?
A neutralização de carbono é um mecanismo reconhecido internacionalmente que atua na causa do aquecimento global, contribuindo para minimizar os efeitos negativos das mudanças climáticas.
A neutralização de carbono via créditos de carbono é o único mecanismo de compensação ambiental reconhecido pela ONU e que faz parte dos requisitos de eventos sustentáveis da norma ISO 20121 de Gestão Sustentável de Eventos.
O grande benefício ambiental é que esses projetos atuam diretamente na causa do aquecimento global, reduzindo ou eliminando as emissões de gases de efeito estufa. Essa é uma forma legítima de incentivar esses projetos ambientais.
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