Fonte: The CityFix Brasil
Você sabe quanto tempo levaria caminhando entre uma estação e outra do metrô? Ou entre dois pontos de ônibus?
Caminhar é uma das formas mais saudáveis de se locomover – e sem dúvida a mais barata. No entanto, a mobilidade ativa ainda não recebe o devido incentivo. As cidades brasileiras ainda vivem um processo de urbanização e, nas últimas décadas, foram em sua maioria planejadas para a circulação dos veículos motorizados. Esse modelo deu origem a áreas urbanas onde o espaço viário é quase totalmente destinado aos carros. Como consequência dessa priorização equivocada, a sinalização também é majoritariamente voltada aos motoristas.
Da posição ao conteúdo, as placas de trânsito são pensadas quase exclusivamente a quem se locomove atrás do volante. Para quem caminha, porém, nem sempre os trajetos nem as informações mais importantes serão os mesmos do que para os condutores. E a quase não existência de sinalização pensada na escala do pedestre também é um desestímulo à caminhada.
Muitas vezes, as pessoas podem pegar um ônibus ou o metrô sem perceber que as distâncias entre um ponto e outro são tão curtas que poderiam ser percorridas a pé – praticando uma atividade física e sem desembolsar um real. É o que acontece, por exemplo, com as estações do Metrô de São Paulo. Um levantamento feito pelo SampaPé mostrou que a Sé, a principal estação do metrô paulistano, está a apenas 8 minutos de caminhada das vizinhas Liberdade, Pedro II e Anhangabaú. Outros trajetos tão curtos quanto estão entre as estações Armênia e Tietê, Santo Amaro e Largo Treze, Santa Cecília e Marechal Deodoro e Clínicas e Sumaré.
“As pessoas têm a impressão de que vale mais a pena usar o transporte coletivo mesmo para percorrer distâncias curtas. No entanto, quando se compara o tempo de pegar fila, passar na catraca, descer inúmeras escadas percebe-se que o total de tempo gasto seria menor com o trajeto feito a pé”, avalia Leticia Sabino, diretora do SampaPé.
Além dos ganhos de tempo e para a saúde, a escolha da caminhada para trajetos mais curtos traz outro benefício importante: o contato com a cidade. Estar na rua e ocupar o espaço urbano é uma forma de transformar os espaços urbanos, tornando-os mais seguros e humanos. É o que o mapa desenvolvido pelo SampaPé instiga as pessoas a fazer: senão a substituir, pelo menos a combinar o uso do transporte coletivo com a caminhada.