Capital Natural: O que é e por que as empresas precisam se interessar? 

Descubra o que é capital natural e por que as empresas precisam se interessar por ele. Aprenda como a gestão responsável desse recurso essencial pode garantir a sustentabilidade econômica

O capital natural é um conceito fundamental que se refere aos recursos naturais e serviços ecossistêmicos que sustentam a produção de bens e serviços, incluindo florestas, água, solo, biodiversidade e minerais. 

A sua importância vai além do ambiente natural; ele é crucial para a continuidade das atividades econômicas, sendo um ativo essencial para as operações das empresas.  

O uso excessivo e a degradação desse capital ameaçam a sustentabilidade dos negócios, colocando em risco o equilíbrio ambiental. 

Por que as empresas precisam se preocupar com o capital natural? 

  1. Recursos naturais limitados: A crescente escassez de recursos naturais eleva os custos das matérias-primas. Gerir esses ativos de forma sustentável é importante para garantir a viabilidade econômica a longo prazo. 
  1. Sustentabilidade econômica: Ecossistemas saudáveis desempenham um papel crucial no desenvolvimento econômico sustentável. Organizações que adotam práticas de preservação do capital natural demonstram uma capacidade superior de adaptação às mudanças ambientais, o que contribui significativamente para a sua resiliência e viabilidade a longo prazo. 
  1. Exigências de stakeholders: Consumidores, investidores e parceiros estão cada vez mais atentos às práticas ambientais das empresas. Incorporar o capital natural nas estratégias de negócio potencializa a atração de investidores e a exportação e globalização do seu negócio. 
  1. Cumprimento regulatório: A legislação ambiental está se tornando progressivamente mais rigorosa, impondo requisitos mais estritos às práticas empresariais. Organizações que não implementam uma gestão eficaz de seu impacto ambiental poderão enfrentar significativos riscos legais e custos elevados associados à conformidade regulatória. 

O impacto do capital natural no crescimento econômico 

Embora o capital natural seja vital para o crescimento econômico, seu uso insustentável pode gerar sérios impactos ambientais, como desmatamento, perda de biodiversidade e poluição.  

Empresas que não adotam uma gestão responsável desses recursos podem comprometer seu desenvolvimento futuro e enfrentar custos elevados. Assim, é essencial adotar práticas sustentáveis e inovadoras, como reciclagem, eficiência energética, descarbonização e para equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental. 

Por exemplo, uma empresa do setor cafeeiro que depende da qualidade dos grãos e dos serviços de polinização enfrenta riscos consideráveis caso seus fornecedores degradem habitats essenciais ou se as mudanças climáticas comprometerem a produção. Ignorar esses fatores pode não apenas prejudicar a resiliência operacional da empresa, mas também impactar negativamente sua sustentabilidade a longo prazo 

A Valoração da Natureza 

A valoração da natureza é fundamental para a sustentabilidade e o futuro das empresas. Rosimeiry Portela, economista ecológica do Moore Center for Science da Conservação Internacional, observa que “historicamente, ignoramos os benefícios da natureza e o valor que ela fornece à sociedade”. Essa subestimação dos serviços ecossistêmicos resultou em sua exploração insustentável. 

Como Quantificar o Valor da Natureza 

Para a quantificação do valor da natureza, é imperativo a implementação de um sistema padronizado que seja aplicável a diversos setores e regiões. Nesse contexto, o Protocolo do Capital Natural, desenvolvido pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) em parceria com a Conservação Internacional, proporciona uma estrutura abrangente para que as empresas mensurem seus impactos sobre o capital natural.  

A iniciativa estabelece padrões empresariais em questões de desigualdade, sustentabilidade e preservação ambiental, promovendo uma abordagem integrada e responsável para a gestão de recursos naturais e a mitigação dos impactos das atividades econômicas. 

Como Usar o Protocolo de Capital Natural 

O Protocolo de Capital Natural estabelece diretrizes abrangentes para a identificação, mensuração e valorização dos elementos naturais dos quais as empresas dependem e que impactam.  

Este framework é aplicável a qualquer organização, independentemente da região ou setor, e visa aprimorar a tomada de decisões estratégicas. À medida que um número crescente de empresas adota essa metodologia, espera-se que elas passem a reconhecer a relevância de compreender sua dependência em relação aos recursos naturais e os impactos associados a suas operações. 

Exemplos de Empresas que Valorizam o Capital Natural 

Diversas organizações têm adotado práticas que valorizam o capital natural, demonstrando um compromisso crescente com a sustentabilidade ambiental. A Puma, por exemplo, realizou uma avaliação abrangente do impacto hídrico em sua cadeia de suprimentos, o que não apenas contribuiu para a redução de seu impacto ambiental, mas também promoveu uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos. 

Adicionalmente, empresas como a Unilever têm implementado programas para restaurar ecossistemas e preservar a biodiversidade em suas cadeias de suprimento, enquanto a Interface, uma fabricante de carpetes, adota práticas de economia circular, como a utilização de materiais reciclados e a neutralização de suas emissões de carbono.  

A Microsoft, com sua iniciativa de “carbono negativo”, se comprometeu a remover mais carbono da atmosfera do que emite até 2030, demonstrando a importância da ação corporativa em prol da sustentabilidade.  

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