Fonte: O Eco
Desde agosto, os brigadistas e voluntários da região do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD), na Bahia, lutam para acabar com mais um incêndio na região. Todo ano a Chapada Diamantina queima um pouco e esse ano está sendo particularmente problemático.
No último sábado, na região do Capão, na Chapada Diamantina, o fogo chegou perto das casas de dois povoados. “Até carro de som passou na rua pedindo ajuda dos moradores. TODOS subiram pra ajudar os brigadistas a evitar que o fogo atingisse as casas. Eles conseguiram evitar isso, mas na serra a situação ainda está grave.”, relata Lívia Bittencourt, brigadista voluntária da Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (BRAL) e moradora do local.
Atualmente, quatro focos de incêndio ameaçam o Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD).
“Vivemos uma temporada de incêndio na Chapada. O fogo, na verdade, começou em agosto e nós estamos até agora tendo várias ocorrências. A gente apaga um e em seguida começa outro”, afirma Cezar Gonçalves, chefe interino do PNCD.
Segundo Cezar, atualmente os brigadistas lutam para combater quatro focos de incêndio: dois no interior no parque e dois fora. O maior foco está localizado entre a Serra dos Cristais (Palmeiras) e Barro Branco (Lençóis). Essa queimada começou na última quinta-feira (12) e já consumiu uma grande área. O morro Branco, no Vale do Capão, também está em chamas. Ainda existem dois focos — um em Mucagê e outro em Ibicoara –, devastando uma área fora da unidade de conservação, mas que ameaçam invadir o interior do parque.
“Esse grande incêndio que atingiu a região norte do parque começou na beira da estrada. Foram dois pontos que o fogo começou ao mesmo tempo. Ai o calor, a temperatura elevada e a baixa umidade do ar favoreceram a permanência do fogo, mas o início dele foi um fogo na beira da estrada. Alguém passou com o carro e botou fogo em dois pontos diferentes. Por que? não sabemos”, afirma o analista ambiental.
Invariavelmente, os incêndios têm sido fruto da ação humana. Dessa vez, a seca que atinge o local há três meses contribuiu para que as chamas se espalhassem rapidamente, o que dificulta o trabalho das equipes. A baixa umidade do ar não ajuda e a previsão é que chova apenas no final de novembro. Até lá, o parque conta com a própria brigada de incêndio, com 42 contratados. A equipe ganha o reforço dos brigadistas da Prevfogo, que também atuam na região e das combativas brigadas voluntárias. Só próximo do parque existem 14 brigadas voluntárias formadas.
Antes, faltavam aeronaves para ajudar no combate de áreas mais afastadas, mas elas chegaram. O combate ao incêndio já conta com 4 aviões cedidas pelo governo do estado da Bahia e 3 helicópteros, dois estaduais e um do Ibama, que sofreu uma pequena pane nesta terça-feira (17), mas já está em conserto. O que falta para os brigadistas, tanto os do ICMBio e do Prevfogo quanto os voluntários, são equipamentos de proteção individual, sobretudo lanternas de cabeça.
“Se as pessoas pudessem enviar esse tipo de equipamento para as brigadas voluntárias da chapada ou pro parque, seria muito importante. Ajudaria bastante”, afirma o chefe interino do Parque ao ser perguntado se os brigadistas estavam precisando de algum suporte.
De acordo com Daniel Moreira Chagas, membro da Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (BRAL), as equipes que estão revezando no combate ao fogo precisam de botas, coturnos, macacão, cordas, luvas, facão, enxada, lanternas, pilhas e material de primeiros socorros. Mais de 100 voluntários estão atuando na região.
“Temos quase cem homens na Serra, por dia. A população está ajudando com comida e água para os brigadistas. Tudo através de doação”, afirma Daniel. A sede da brigada funciona provisoriamente na casa do ex-presidente do grupo, Feijão, após a ajuda a prefeitura suspender a ajuda com o aluguel da antiga sede oficial.