Por Micaela Santos
Nos últimos meses, cidades brasileiras enfrentaram inundações causados por um período intenso de chuvas. Houve estragos em municípios como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Santos (SP). Só em fevereiro, os temporais provocaram no Sudeste um prejuízo de R$ 203 milhões para o varejo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Um relatório recente divulgado pela Ramboll, multinacional dinamarquesa especializada em consultoria ambiental, mostra que as enchentes são apenas uma das consequências das mudanças climáticas, e que muitas cidades brasileiras não estão preparadas para essa realidade.
“Sem dúvida, as mudanças climáticas vieram para ficar. Esse padrão de chuvas que vimos nas útimas semanas será o ‘novo normal'”, explica Alejandra Maria Devecchi, gerente de Planejamento Urbano da Ramboll. “Precisamos agir rapidamente com ações radicais, repensando o modelo das cidades.”
No Brasil, além do aumento de chuvas previstos no Sul e no Sudeste, a região Centro-Oeste sofrerá com alterações climáticas, como secas nas áreas rurais. Já o Norte e Nordeste devem ser impactados pelo aumento da temperatura, enquanto a costa brasileira sentirá o aumento do nível do mar em toda a sua extensão.
De acordo com Alejandra, parte dos problemas enfrentados pelas cidades em relação à enchentes tem origem em ocupações e construções irregulares em áreas de risco. “De modo geral, cerca de 30% das áreas urbanas são ocupadas por essas habitações. Essa realidade requer uma política habitacional maciça e efetiva pelo poder público”, afirma.
De acordo com a consultoria, a adaptação das cidades deve envolver um ciclo contínuo de preparação, resposta, monitoramento e revisão, além de uma série de instrumentos que possibilitem um diagnóstico de riscos e vulnerabilidade das cidades. Segundo Alejandra, planos diretores, de mobilidade urbana e redução da desigualdade social e pobreza estão entre as ações necessárias.
Fonte: Época Nogócios
Para combater as mudanças climáticas o mecanismo de compensação de carbono do Protocolo de Kyoto se apresenta como solução opara emissões de gases efeito estufa.
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