Fonte: Portal Brasil
O compromisso do Brasil em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), firmado pela presidenta Dilma Rousseff, durante a Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Desenvolvimento Sustentável 2015, em Nova Iorque, será também acompanhado pela iniciativa privada.
As empresas participantes da rede brasileira do Pacto Global se comprometeram, na segunda-feira, dia 28 de setembro de 2015, a atingir os objetivos, que, em linhas gerais, visam acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas por meio de 160 metas até 2030.
O Pacto Global é uma iniciativa desenvolvida pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção refletidos em 10 princípios.
Essa iniciativa conta com a participação de agências das Nações Unidas, empresas, sindicatos, organizações não-governamentais e demais parceiros necessários para a construção de um mercado global mais inclusivo e igualitário.
A rede brasileira do Pacto é uma das maiores do mundo, tendo 700 signatários. “Estamos muito confiantes de que esse momento histórico de transição vai ser plenamente factível, e o setor privado tem uma participação importante”, afirmou o presidente do Pacto Global no Brasil, André Oliveira.
Diretor jurídico da Basf na América do Sul, Oliveira afirma que os integrantes da rede estão “totalmente engajados” nos ODS, sendo que 60% são empresas de grande porte como Bradesco, Itaú e Vale.
“É um desafio grande para a sociedade (os objetivos), mas também uma oportunidade ímpar. Acho que se nós conseguirmos conectar todos os interlocutores – governo, empresas e a sociedade civil – temos uma oportunidade única de transformar o mundo que nós vemos”, considerou.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram oficialmente lançados na sede da ONU em Brasília hoje, com o hasteamento da bandeira dos ODS. O coordenador do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Jorge Chediek, defendeu o engajamento das empresas para alcançar os ODS. “Essa agenda não é só dos governos. É uma agenda que precisa de um engajamento ativo do setor privado, da sociedade civil e de todas as pessoas individualmente”, afirmou.
Chediek destacou a necessidade de as empresas se engajarem nos ODS também para superar a crise econômica. “Confiamos que o Brasil, mesmo com a crise econômica, mantenha os programas sociais que têm sido tão bem sucedidos e que têm sido um exemplo a nível mundial”, disse. “Ao mesmo tempo, desejamos que a crise seja superada rapidamente para retomar rapidamente a criação emprego, que tem sido um fator tão importante na melhora das condições dos indicadores sociais brasileiros.”
O representante da ONU recordou que o governo brasileiro foi eficiente no atingimento de 7 dos 8 Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, assumidos em 2000, cujo foco era a redução da pobreza. “Tivemos grande sucesso, particularmente no Brasil, com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Agora precisamos de uma agenda que os complemente e inclua outras dimensões, como a ambiental, os direitos humanos e a governança”, observou.