Atualmente, a transição para uma economia de baixo carbono tem impulsionado mudanças significativas nas políticas ambientais globais.
Assim, entre essas iniciativas, a União Europeia (UE) implementou o CBAM (Carbon Border Adjustment Mechanism), ou Mecanismo de Ajuste Fronteiriço de Carbono.
Em vigor a partir de 2026
O CBAM tem como objetivo garantir que produtos importados para o bloco europeu atendam a critérios rigorosos de emissões de carbono.
Desse modo, evita-se que empresas estrangeiras obtenham vantagens competitivas ao operar em países com regulamentações ambientais mais brandas.
Prós e contras envolvidos
Para as empresas brasileiras que exportam para a UE, esse novo mecanismo representa tanto um desafio quanto uma oportunidade.
Em outras palavras, adaptar-se a essas exigências pode ser um diferencial estratégico para manter a competitividade no comércio internacional.
Vamos analisar a seguir a criação, os objetivos e as implicações do CBAM para as empresas brasileiras.
Nosso foco se volta especialmente para aquelas que exportam produtos para o bloco europeu.
Antes de mais nada, vale começar pela criação do CBAM a partir do Pacto Ecológico da UE.

A criação do CBAM e o Pacto Ecológico Europeu
O CBAM foi proposto pela Comissão Europeia em 2021, como parte do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal).
Por sua vez, o Green Deal consiste em um conjunto de iniciativas que visa tornar a Europa o primeiro continente neutro em carbono até 2050.
Entre as metas estabelecidas, destaca-se a redução de 55% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, comparadas aos níveis de 1990.
A fim de alcançar esse objetivo sem comprometer a competitividade das indústrias europeias, a União Europeia (UE) criou o CBAM.
Em síntese, trata-se de um mecanismo que impõe custos sobre as emissões de carbono associadas a produtos importados.
Com esse mecanismo, a Europa busca incentivar a redução global de emissões e fortalecer a adoção de práticas sustentáveis em mercados internacionais, alinhando-se, assim, com as metas climáticas globais.
Objetivos do CBAM e sua relação com as metas climáticas da UE
A ideia central do CBAM é evitar o vazamento de carbono, ou seja, impedir que indústrias migrem para países com regras ambientais mais flexíveis para escapar das regulamentações da UE.
Ao cobrar um imposto sobre as emissões de carbono incorporadas nos produtos importados daquelas regiões, o CBAM visa criar um campo de jogo mais equilibrado.
Certamente, o impacto desse mecanismo vai além do aspecto comercial, pois também incentiva os países exportadores a adotarem tecnologias mais limpas e práticas sustentáveis.
Para a UE, essa é uma forma de expandir suas metas climáticas para além das suas fronteiras.
Além disso, busca-se um efeito multiplicador no combate às mudanças climáticas em escala global.
Como funciona esse instrumento?
A partir de 2026, os exportadores de países fora da UE, como o Brasil, terão que comprar certificados de carbono que correspondem às emissões de CO₂ associadas à produção dos produtos que estão sendo exportados.
O preço desses certificados é calculado com base no valor de carbono presente no produto, conforme as emissões médias do setor na Europa.
Se o país de origem do produto não tiver uma política interna de precificação de carbono ou de taxação sobre emissões, as organizações exportadoras precisarão se adaptar.
Caso contrário, precisarão arcar com custos adicionais que podem encarecer suas mercadorias.
O CBAM afetará principalmente setores altamente intensivos em carbono. Ou seja, indústrias cujas operações demandam grandes quantidades de energia e geram elevadas emissões de CO₂.
Entre os principais setores impactados estão:
- Siderurgia
- Cimento
- Alumínio
- Fertilizantes
- Papel e celulose
Nesse ínterim, empresas desses segmentos precisarão adaptar seus processos produtivos.
Tudo isso para reduzir suas emissões e assim não pagar os custos dos certificados de carbono exigidos pela UE.

O impacto nas empresas brasileiras exportadoras
Empresas brasileiras que exportam para a UE podem enfrentar desafios com o CBAM. Antes de tudo, o problema reside no aumento nos custos de exportação pela necessidade de adquirir certificados de carbono.
Por outro lado, a nova regulamentação também abre oportunidades para negócios que adotarem tecnologias limpas e práticas sustentáveis. Por certo, é a chance de se posicionarem como fornecedores estratégicos dentro do mercado europeu.
A adaptação ao CBAM exige um maior nível de transparência e monitoramento das emissões de carbono associadas aos processos produtivos.
Dessa maneira, empresas precisarão investir em metodologias robustas de contabilidade de carbono e implementar sistemas de rastreamento e certificação de emissões.
Esse investimento inicial pode gerar benefícios de longo prazo, como:
- Maior credibilidade e reputação no mercado internacional
- Alinhamento com tendências globais de sustentabilidade
- Acesso facilitado a investidores que priorizam critérios ESG
- Maior previsibilidade em um cenário de regulamentações ambientais mais rígidas
Empresas que não se adaptarem às novas exigências podem perder espaço no mercado europeu, já que os custos adicionais do CBAM podem tornar seus produtos menos competitivos.
Desafios e oportunidades para as empresas brasileiras
A adaptação ao CBAM exige um compromisso com práticas sustentáveis e inovação tecnológica.
Empresas brasileiras precisam enxergar esse mecanismo não apenas como um desafio, mas também como um caminho para agregar valor aos seus produtos e conquistar novos mercados.
Entre as estratégias para reduzir impactos financeiros e se alinhar às exigências da União Europeia, destacam-se:
- Uso de energia renovável nas operações industriais para reduzir emissões diretas.
- Implementação de processos produtivos mais eficientes, reduzindo o consumo de energia e matérias-primas.
- Adoção de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) para minimizar as emissões industriais.
- Investimento em certificações ambientais reconhecidas, que atestem boas práticas de sustentabilidade.
Empresas que investirem nessas soluções estarão mais bem posicionadas para se destacar em um mercado que valoriza cada vez mais a redução da pegada de carbono.
Prazos de implementação e impactos no comércio global
O CBAM está sendo implementado de forma gradual. O período de transição começou em 2023, e atualmente as empresas exportadoras precisam apenas reportar suas emissões.
Como já destacamos, a partir de 2026, a cobrança dos certificados de carbono se tornará obrigatória, e as empresas que exportam para a União Europeia precisarão cumprir integralmente os requisitos estabelecidos.
Essa mudança terá efeitos diretos no comércio global, principalmente para países exportadores como o Brasil, que possuem forte presença em setores emissores de CO₂.
Por isso, empresas que não se adaptarem rapidamente podem enfrentar barreiras para manter sua participação no mercado europeu.
Como a Eccaplan pode ajudar sua empresa a se adequar ao CBAM?
A adaptação ao CBAM exige uma gestão estratégica das emissões de carbono e o desenvolvimento de soluções para reduzir o impacto ambiental dos processos produtivos.
A Eccaplan é especialista em estratégias de descarbonização e pode apoiar sua empresa nesse processo, oferecendo:
- Inventário de emissões para quantificação precisa da pegada de carbono.
- Soluções para compensação de carbono por meio do apoio a projetos ambientais certificados.
- Consultoria para adequação às regulamentações internacionais, incluindo o CBAM.
- Ferramentas para monitoramento e rastreamento de emissões, garantindo transparência e conformidade.
A transição para um mercado de baixo carbono é desafiadora, mas também representa uma oportunidade de crescimento sustentável. Empresas que se anteciparem às exigências terão uma posição de vantagem no comércio global.
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