Turismo libera três vezes mais CO2 no ambiente do que cientistas calculavam

Estudo recente mostra que o turismo mundial é responsável por 8% das emissões de gás carbono na atmosfera – um número três vezes maior do que as estimativas anteriores previam.

Dados do estudo

O turismo é uma indústria global enorme e em expansão, que vale mais de US$ 7 trilhões (cerca de R$ 24,8 trilhões) e emprega um em cada dez trabalhadores em todo o mundo. Com uma crescente em torno de 4% ao ano.

Antes, as estimativas sobre o impacto das viagens turísticas sugeriam que o turismo era responsável por 2,5% a 3% das emissões de carbono. No entanto, o estudo – classificado como mais abrangente até o momento – analisou os fluxos globais entre 160 países de 2009 a 2013, e mostrou um total de emissões próximos aos 8%.

Além de avaliar a quantidade de CO2 emitido pelos aviões nas viagens, os autores incluíram uma análise sobre a energia necessária para alimentar o “sistema do turismo”, incluindo a alimentação, as bebidas, a infraestrutura e manutenção, assim como os serviços de varejo que os turistas utilizam. Foram analisadas informações detalhadas sobre os gastos dos turistas, além de comida e suvenires.

Os pesquisadores avaliaram o impacto tanto nos países de origem dos turistas quanto nos destinos.

Entre os países que lideravam o ranking estão Estados Unidos, China, Alemanha e Índia – e a maior parte das viagens ali eram domésticas. Turistas do Canadá, da Suíça, Holanda e Dinamarca têm maior influência na emissão de carbono dos lugares que eles visitam do que na de seus próprios países.

“Se você tem visitantes de países mais ricos, eles tendem a gastar mais em passagens aéreas, compras e hospedagem no país de destino. Mas quando são turistas vindos de países mais pobres, eles tendem a usar transporte público e comer comida não processada. Os padrões de gastos são diferentes dependendo da economia em que ele estão inseridos nos países de origem”, explica Malik.

Quando mediram as emissões per capita, destinos como ilhas pequenas – Maldivas, Chipre e Seychelles, por exemplo – lideram o ranking. Nesses países, o turismo é responsável por até 80% das emissões anuais.

“As pequenas ilhas estão em uma posição difícil nessa questão, porque todo mundo gosta de viajar para esses locais e eles também dependem muito da renda turística, mas ao mesmo tempo são vulneráveis aos efeitos da elevação dos mares e da mudança climática”, completou.

A demanda do turismo internacional também está crescendo em países emergentes, como Brasil, Índia, China e México, o que ressalta um problema fundamental de todos eles: a riqueza.

O estudo ressalta que quando as pessoas ganham mais que US$ 40 mil por ano, a “pegada” de carbono que elas deixam no turismo aumenta 13% a cada 10% de aumento na renda. O consumo do turismo tende a aumentar conforme a renda e “não parece ser saciado à medida que essa renda cresce”, diz o relatório.

O estudo foi divulgado pela publicação científica “Nature Climate Change”.

Resposta do mercado do turismo

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) reconheceu a importância da pesquisa, mas não concorda que os esforços da indústria para reduzir o carbono tenham sido um fracasso.

“Seria injusto dizer que a indústria não está fazendo nada”, afirmou Rochelle Turner, diretor de pesquisa da WTTC.

“Nós temos visto um número crescente de hotéis, aeroportos e operadoras de turismo que se tornaram neutras em emissões de carbono, então, estamos em um momento de virada”, ressaltou.

Case de sucesso: Viare Travel

Com esse objetivo, a Viare Travel mostra que seu maior propósito é a preservação do nosso país através do turismo.

“Pensamos nas passagens, porque sabemos que a emissão de carbono é um dos maiores inimigos à sustentabilidade no turismo” ressalta Polyana Oliveira.

Em 2017 a agência Viare Travel recebeu o Selo CO2 Neutro, por assumir o compromisso de quantificar e compensar as emissões de CO2 provenientes das viagens aéreas vendidas em seus pacotes ao longo do ano.

A quantificação das emissões de gases de efeito estufa obedecem a metodologia internacional do GHG Protocol (Greenhouse Gases Protocol), que avalia as emissões relacionadas à queima de combustível de tais viagens.

As emissões são quantificadas e compensadas com a compra de créditos de carbono na mesma proporção do impacto ambiental, onde 1 crédito de carbono equivale a 1 tonelada de CO2. Ou seja, se forem emitidas 15 toneladas de CO2, serão comprados 15 créditos de carbono para neutralizá-las.

Em 2019, a Viare entra em seu terceiro ano consecutivo de compensação das emissões de suas viagens aéreas através do apoio financeiro ao projeto florestal de redução de emissões por desmatamento e degradação evitada (REDD).

Fonte: BBC

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