No Dia Mundial Sem Carro, aprenda dicas para andar de bike seguramente

Fonte: Ecycle

Os carros, inegavelmente, foram uma evolução para o modo de vida do homem. As estradas avançaram fronteiras e as distâncias longas rapidamente se encurtaram. Mas também há muitos problemas que vieram de carona com o mercado automobilístico: o excessivo aumento da poluição, a imensa concentração de carros em grandes cidades, o gasto com matérias-primas, o trânsito irracional.

Em 1997, ativistas franceses decidiram, no dia 22 de setembro, criar o Dia Mundial Sem Carro (DMSC). A ideia de deixar o carro em casa como forma de propagandear o uso menos intensivo dos veículos automotores e expor alternativas menos danosas ao meio ambiente deu tão certo que, já em 2000, cerca de 760 cidades europeias participavam da iniciativa.

No Brasil, o DMSC é mais recente, mas nem tanto. A partir de 2001, já tivemos nossa primeira versão, que envolveu 11 cidades. Em São Paulo, atividades relacionadas ao DMSC se iniciaram em 2003, mas apenas em 2005 o evento passou a ter apoio de secretarias municipais. Outras organizações também passaram a apoiar e a dar mais visibilidade para a data.

Palavra de ciclista

Você quer deixar seu carro em casa no dia 22, mas ainda tem receio de sair pedalando por aí?

O professor João Carlos Rocha Campos circula de bicicleta pelas ruas da maior metrópole da América Latina há mais de 20 anos. “Comecei porque não tinha carro e, aos poucos, fui percebendo que poderia percorrer maiores distâncias”. O ex-participante da Bicicletada critica a falta de estrutura urbana para as bikes, dá ótimas dicas para quem quer começar a usar a magrela para se locomover por grandes cidades e afirma: a distância não é o principal problema. Confira o bate-papo do ciclista com a equipe da eCycle!

eCycle: Você pedala por diversão ou usa a bicicleta como meio de transporte?
João Campos: A bicicleta é minha primeira opção para me transportar. Conforme o destino, uso só a bicicleta ou a combino com metrô. Em algumas situações também uso o carro.

eCycle: Você acredita que é possível substituir um carro ou o uso do transporte público pela bike, caso as distâncias não sejam tão longas?
João Campos: O problema da distância é o de menos. Num raio de 10 a 15 quilômetros, por exemplo, você cobre uma boa parte da cidade, que provavelmente abriga muitos dos seus destinos. Essa é uma distância facilmente coberta pela bicicleta. A topografia, às vezes, até pode dificultar um trajeto, mas sempre há alternativas. Por isso, é possível sim substituir o carro em grande parte dos deslocamentos. Eventualmente pode-se combinar a bicicleta com metrô, trem e ônibus, o que aumenta muito sua autonomia.

eCycle: Quais as principais dicas que você daria para quem quer começar a andar de bicicleta nas ruas de uma grande cidade?
João Campos: Ter uma bicicleta em bom estado, revisada e ajustada, ou seja, uma bicicleta confiável. Não é preciso milhões de marchas. Quanto à segurança, eu recomendo o uso de capacetes e retrovisores. Faróis, refletores e roupas claras são sabidamente eficazes na redução do risco de acidente. A pessoa deve começar em roteiros próximos de casa. Deve-se evitar a qualquer custo transitar por avenidas, preferindo-se caminhos por dentro dos bairros, mesmo que mais longos. Deve-se pedalar pelo lado direito, na mão de direção, guardando-se alguma distância da calçada, para ter uma margem de segurança. Sinalizar suas intenções, pedir espaço, agradecer, alertar com gritos, enfim, se fazer visível e previsível é importantíssimo.

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