Nível de CO2 na atmosfera em 2016 foi o mais alto em 800 mil anos, diz relatório

Fonte: Ambiente Brasil

A concentração média global de dióxido de carbono (CO2) voltou a crescer e bateu novos recordes em 2016, com o mais alto nivel nos últimos 800 mil anos, informa boletim divulgado pela WMO (World Meteorological Organization) nesta segunda-feira (30). Segundo a organização, o aumento nos níveis de concentração do gás nos últimos 70 anos não tem precedentes na história da humanidade.

As concentrações de CO2 são agora 145% mais altas que níveis pré-industriais (antes de 1750): elas atingiram 403,3 partes por milhão em 2016, ante 400,00 ppm em 2015, devido a uma combinação de atividades humanas e a uma forte presença do El Niño.

O aumento da concentração de CO2 e de outros gases com efeito estufa tem o potencial de iniciar mudanças significativas nos sistemas climáticos, levando a “graves interrupções ecológicas e econômicas”, afirmou o relatório.

O crescimento da população, as práticas agrícolas, o aumento do uso da terra e o desmatamento, a industrialização e o uso de energia a partir de fontes de combustíveis fósseis contribuíram para aumentar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera desde a era industrial, a partir de 1750.

“Sem cortes rápidos nas emissões de CO2 e nas outras emissões de gases de efeito estufa, estaremos indo para aumentos de temperatura perigosos até o final deste século, muito acima do objetivo estabelecido pelo acordo de mudança climática de Paris”, disse o secretário-geral da WMO, Petteri Taalas, em nota. “As futuras gerações herdarão um planeta muito mais inóspito”, disse.

“O CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e nos oceanos por mais tempo. Atualmente, não há varinha mágica para remover este CO2 da atmosfera “, completou.

O Acordo de Paris, assinado por 195 países, assumiu o compromisso de manter o aumento da temperatura abaixo de 2ºC. O tratado, no entanto, sofreu um forte abalo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgar que o país deixaria o acordo.

“Temos muitas das soluções já para resolver este desafio. O que precisamos agora é a vontade política global e um novo senso de urgência”, disse Erik Solheim, chefe do grupo de meio ambiente da ONU, em nota.

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