Compartilhamento de veículos responderá por um terço do tráfego até 2030, aponta estudo

Um em cada três quilômetros de tráfego serão rodados a partir do compartilhamento de veículos no mundo até 2030, num cenário de aumento significativo do uso de carros autônomos e elétricos. O tráfego de veículos também promete crescer.

Na Europa e EUA, a expectativa é um acréscimo de 23% e 24%, respectivamente, na quilometragem média percorrida por cada indivíduo. Já para a China, a expansão esperada é de 183% nos quilômetros rodados individualmente.

Os dados foram revelados no “Five trends transforming the Automotive Industry”, estudo global da PwC sobre as perspectivas para a indústria automobilística. No levantamento foram diagnosticadas cinco tendências para o setor resumidas no acrônimo “eascy”: electrified (eletrificado), autonomous (autônomo), shared (compartilhado), connected (conectado) e yearly updated (atualizado anualmente).

O compartilhamento de veículos será combinado com o avanço dos carros elétricos e autônomos. Para 2030, 55% dos veículos produzidos no continente europeu devem ser elétricos.

“O estudo nos mostra que o aumento do tráfego se dará não apenas com o crescimento da população, mas também por que os veículos autônomos compartilhados poderão ser usados por pessoas que hoje não têm acesso ou não podem conduzir um veículo. Devemos pensar também que esses carros poderão viajar entre um ponto A e B e, no trajeto, coletar novos passageiros além de gerar novas receitas para os operadores”, explica Marcelo Cioffi, sócio da PwC Brasil.

Os dados coletados apontam ainda que a frota de automóveis deve cair drasticamente. Na Europa, a frota cairia dos 280 milhões atuais para 200 milhões de unidades e, nos EUA, de 270 para 212 milhões de veículos. Para a China, no entanto, a expectativa é de crescimento de 180 milhões para 280 milhões de carros até 2030.

As tendências irão impactar as vendas do setor. Para a Europa, 24 milhões de carros devem entrar no mercado nos próximos doze anos. Nos EUA, seriam 22 milhões de novos veículos e, na China, 35 milhões de novas unidades até 2030, um aumento de 30% em relação ao volume atual de carros vendidos no país.

“Neste cenário, as empresas devem buscar a liderança em inovação e reconhecer que a mobilidade não é mais um produto, mas sim um serviço. Esta mudança requer investimentos pesados em tecnologia e o desenvolvimento constante de novos produtos e serviços em ciclos mais curtos que os observados atualmente no setor”, destaca Cioffi.

 

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