Fonte: GHG Protocol

A energia eólica estará cada vez mais presente nos projetos de construção, como alternativa à força elétrica tradicional. Segundo Sandro Yamamoto, diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), entre 2013 e 2015 o Brasil passou da nona para a 13ª. Posição entre os países que exploram a energia dos ventos, com 9,1 gigawatts (GW) de capacidade instalada, em 375 parques. “Em 2015, fomos o mercado que mais montou parques eólicos no mundo, com a marca de mil torres ao ano”, diz. Até 2019, a previsão é que a capacidade nacional alcance 18,5 GW. Segundo o especialista, residências e grandes empreendimentos imobiliários poderão reduzir o risco de apagões e diminuir o valor das contas de luz com a evolução da microgeração no setor.

Estudo da consultoria DNV Kema, encomendado pelo Instituto Abrade de Energia, indica que a microgeração tem potencial para atrair investimentos de R$ 48,9 bilhões e representar 8% da matriz energética brasileira, até 2030. Os microgeradores eólicos são turbinas de pequeno porte que geram energia em residências, prédios comerciais, escolas ou fazendas.

Uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a microgeração, anunciada em 2012, determinou as condições para se operar o modelo, conectado aos sistemas de distribuição do país. Segundo a norma, quem gerar energia com aerogeradores pode injetar na rede de distribuição o excedente não consumido. Em contrapartida, a distribuidora concede um desconto na conta de luz do usuário.

Mas, segundo Yamamoto, apesar dos benefícios da geração distribuída, como a menor dependência do sistema nacional das usinas térmicas e a diminuição de gastos com tarifas, a microgeração eólica tem um longo caminho a percorrer. Ele estima que o país tenha mil unidades instaladas, um número pequeno diante do potencial energético nacional. “Uma das dificuldades para a adesão é o preço do equipamento usado pelo consumidor final, que começa a partir de R$ 30 mil”. Para aquecer o setor, o especialista sugere alternativas como novas opções de financiamento para interessados em adotar o modelo residencial e a isenção de IPTU nas moradias que instalam os geradores.

No mercado imobiliário, a adesão ao modelo de microgeração pode ser usada pelas construtoras para valorizar novos imóveis. “A energia eólica gerada em prédios pode ser repartida entre os condôminos.” A Abeeólica e a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) lançaram um certificado para empreendimentos e consumidores que usam energia renovável. Em quase três anos, já foram emitidos 50 mil diplomas.

 

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