Nos últimos anos, a preocupação com o meio ambiente tem se intensificado. A crise climática tornou-se uma realidade inegável, demandando ações concretas de governos e empresas para mitigar seus impactos. Uma dessas ações é a realização do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Essa é uma ferramenta fundamental para a gestão ambiental, que visa entender, quantificar e reportar as emissões de gases que contribuem para o aquecimento global.
Neste artigo, falaremos sobre sua importância, benefícios e como conduzi-lo de maneira eficaz. Abordaremos ainda o Programa GHG Protocol e suas etapas-chave. Acompanhe os próximos tópicos!
Uma introdução ao Inventário de Emissões de GEE
O conceito de Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) começou a ganhar destaque na década de 1990. O objetivo era integrá-lo a outras medidas internacionais para lidar com as mudanças climáticas e o aquecimento global.
Aos poucos, a sua importância para a mitigação das mudanças climáticas ganhou força e se desenvolveu por meio de contribuições de diversas organizações, pesquisadores e governos. Para entendermos melhor o GEE, a seguir, falamos sobre o conceito e seus impactos.
Definição e importância
Explicando de maneira simples, o inventário de emissões de GEE é uma ferramenta que permite às empresas e organizações calcular e quantificar suas emissões de gases que contribuem para o efeito estufa e o aquecimento global. Dentre esses gases, podemos citar o dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O).
A importância do Inventário GEE reside na capacidade de oferecer dados precisos sobre as emissões. Em um cenário onde cada vez mais as organizações têm se preocupado em aderir o ESG às suas agendas, essas informações possibilitam uma gestão eficaz e responsável do impacto ambiental e podem ser o primeiro passo em uma jornada ESG.
Contexto e relevância para a sustentabilidade empresarial
No contexto atual, a sustentabilidade empresarial e a integração do ESG (Environmental, Social, and Governance) nas estratégias corporativas, tornou-se uma preocupação central para muitas organizações, não apenas pela necessidade de preservar o meio ambiente, mas também pela importância estratégica para os negócios.
Na prática, as empresas que adotam o ESG são vistas como mais resilientes e sustentáveis. Além disso, demonstra o compromisso da organização com a redução das emissões e com a adoção de práticas empresariais responsáveis — o que é cada vez mais valorizado por investidores, clientes e outras partes interessadas.
Quais são os benefícios do Inventário de Emissões?
Ao analisarmos com atenção o conceito do inventário de emissões de GEE, notamos que oferece muitos benefícios tanto para as empresas quanto para o meio ambiente. No recorte ambiental, essa ferramenta contribui para a “luta” global contra as altas temperaturas globais.
Um inventário de GEE bem estruturado pode auxiliar em vários aspectos de um negócio, como:
- A gestão de riscos de GEE e a identificação de oportunidades de redução;
- Fornecer relatórios públicos, ficando em conformidade com leis e regulamentações;
- Possibilidade de participação em mercados de carbono;
- Possibilidade de compensar as emissões de GEE;
- Melhoria da reputação perante aos stakeholders;
- Vantagem competitiva nos negócios.
Impacto na tomada de decisões
Com um inventário uma empresa é capaz de fornecer dados precisos e objetivos sobre as emissões, permitindo uma análise detalhada. Essas informações embasam a tomada de decisões estratégicas relacionadas à mitigação das mudanças climáticas e possibilidade de contribuir com projetos socioambientais certificados.
Identificação de oportunidades de redução de emissões
A partir das análises é possível reconhecer oportunidades de redução de emissões e implementar medidas para mitigar seu impacto ambiental. Essas estratégias resultam em economias de custos operacionais;
Conformidade regulatória
Em muitos países, a elaboração de inventários de GEE é um requisito legal para determinadas indústrias ou empresas de grande porte. Nesse contexto, as empresas que realizam inventários de emissões estão seguindo as leis e regulamentos ambientais, evitando sanções legais e demonstrando seu compromisso com a conformidade regulatória.
No Brasil, várias leis e regulamentações exigem que empresas realizem um Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Aqui estão algumas das principais:
- Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC): a Lei nº 12.187/2009 incentiva a elaboração de inventários de emissões por fontes e remoções por sumidouros de GEE.
- Política Estadual sobre Mudança do Clima: vários estados possuem suas próprias políticas estaduais, que visam complementar a PNMC. Alguns exemplos são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Amazonas e Rio Grande do Sul.
- Exigência da B3: todas as empresas de capital aberto listadas na bolsa de valores precisam apresentar o inventário como parte de suas obrigações de sustentabilidade e governança. Essa exigência visa aumentar a transparência sobre o impacto ambiental das empresas, alinhando-se com as melhores práticas globais de ESG (ambiental, social e governança).
- Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM): implementado pela União Europeia, exige que empresas que exportam para a Europa apresentem seus inventários para evitar penalidades financeiras, manter a competitividade no mercado europeu e atender aos padrões ambientais exigidos.
O Programa GHG Protocol e seu efeito no Inventário de Emissões de GEE
Utilizada pela Eccaplan, o Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol) desempenha um papel importante na padronização e na qualidade dos inventários de emissões de GEE em todo o mundo.
No Brasil, o método foi adaptado ao contexto do país e sua influência é significativa. Uma vez que, suas diretrizes são reconhecidas e adotadas como referência para a elaboração desses inventários.
Na prática, a implementação das diretrizes do GHG Protocol proporciona uma base sólida para a condução de inventários de emissões de GEE consistentes, confiáveis e comparáveis. Algo que contribui para a transparência e a eficácia das políticas climáticas e ambientais do país.
A seguir, nos aprofundaremos em alguns detalhes desse programa.
Objetivos do Programa Brasileiro de GHG Protocol
O Programa Brasileiro do GHG Protocol foi estabelecido com o propósito de promover a transparência, a qualidade e a comparabilidade das informações sobre emissões de GEE no país. Ao facilitar a elaboração de inventários de emissões em conformidade com padrões reconhecidos internacionalmente, o programa fortalece a gestão ambiental.
Sem falar que estimula o desenvolvimento de políticas públicas relacionadas ao clima. A consequência disso é a criação de uma base sólida para a tomada de decisões informadas e eficazes.
Diretrizes de elaboração
As diretrizes do GHG Protocol estabelecem os princípios e procedimentos fundamentais para a elaboração de inventários de emissões de GEE. Isso inclui:
- A definição clara do escopo do inventário;
- Identificação precisa das fontes de emissão;
- Coleta de dados rigorosa;
- Aplicação de métodos de cálculo padronizados.
Ao seguir essas diretrizes, as organizações garantem a consistência e a confiabilidade dos dados de emissões. Dessa forma, se facilita a comparação entre diferentes setores e empresas.
Princípios para contabilização e elaboração do inventário
Os princípios estabelecidos pelo protocolo para a contabilização e elaboração do inventário são fundamentais para garantir a qualidade e a confiabilidade dos dados. Vejamos alguns deles:
Transparência
Se refere à divulgação completa e clara das metodologias, fontes de dados, cálculos e pressupostos utilizados na elaboração do inventário de emissões. Isso permite que as partes interessadas compreendam como os dados foram obtidos e avaliem a confiabilidade das informações apresentadas.
Consistência
A consistência envolve a aplicação de métodos e procedimentos uniformes ao longo do tempo e entre diferentes setores ou empresas. Esse princípio favorece comparações ao longo do tempo e entre organizações, facilitando a avaliação do progresso e a identificação de melhores práticas.
Exatidão
Diz respeito à precisão dos dados de emissões apresentados no inventário. Na prática, envolve a utilização de fontes de dados confiáveis, a aplicação de metodologias adequadas de cálculo e a verificação cuidadosa de todos os cálculos e estimativas realizadas. Esses dados precisos são essenciais para garantir a confiabilidade das informações e evitar distorções na avaliação do impacto das emissões.
Completo
A completude refere-se à inclusão de todas as fontes significativas de emissões de GEE no inventário, garantindo que nenhum aspecto relevante seja deixado de fora. Essa prática requer uma avaliação abrangente de todas as atividades e processos que possam gerar emissões. Além de uma consideração de todos os gases de efeito estufa relevantes para o cálculo do impacto climático.
Relevância
A relevância diz respeito à seleção e priorização das fontes de emissão e dos gases de efeito estufa incluídos no inventário, levando em consideração seu potencial de impacto climático e sua importância para a tomada de decisões. Isso garante que o inventário forneça informações relevantes e úteis para os objetivos de gestão ambiental e formulação de políticas de mitigação das mudanças climáticas.
As Etapas do processo de inventário de emissões
Para que o processo de inventário de emissões de gases do efeito estufa apresente os melhores resultados, é essencial que seja embasado em etapas bem definidas. Conheça cada uma delas:
1. Definição dos limites e escopo
É preciso determinar quais fontes de emissões e gases serão incluídos no inventário, bem como os limites geográficos e operacionais do escopo do inventário. Para tanto, fontes e sumidouros de gases de efeito estufa são caracterizados em emissões diretas ou indiretas. As três categorias adotadas pelo GHG Protocol e pela ISO 14.064 são:
- Escopo 1 – emissões diretas de GEE provenientes de fontes que pertencem ou são controladas pela organização;
- Escopo 2 – emissões indiretas de GEE provenientes da aquisição de energia elétrica ou térmica consumida pela organização;
- Escopo 3 – outras emissões indiretas de GEE. São consequência das atividades da organização, mas ocorrem em fontes que não pertencem ou não são controladas por ela.
2. Identificação das fontes de emissão
Mapear e identificar todas as fontes de emissões de GEE associadas às operações da organização, incluindo processos industriais, transporte, consumo de energia, entre outros.
3. Coleta dos dados
Reunir dados relevantes sobre o consumo de energia, combustíveis, produção industrial e outras atividades que gerem emissões de GEE.
4. Cálculo de emissões de GEE
Utilizar métodos e fatores de emissão padrão para calcular as emissões de GEE associadas a cada fonte identificada.
5. Registro Público de Emissões de GEE
Após a conclusão do inventário, as organizações podem optar por registrar publicamente suas emissões de GEE em plataformas específicas, aumentando a transparência e a prestação de contas.
6. Definição da meta de emissões de GEE
Com base nos resultados do inventário, estabelecer metas de redução de emissões de GEE alinhadas aos objetivos de sustentabilidade da organização.
7. Monitorando emissões ao longo do tempo
Realizar o monitoramento contínuo das emissões de GEE ao longo do tempo para avaliar o progresso em direção às metas estabelecidas e identificar oportunidades adicionais de redução de emissões.
O que são fontes de emissão?
Uma fonte de emissão pode ser entendida como um equipamento ou processo no qual ocorre a liberação de um ou mais GEE para a atmosfera. Exemplos de fontes de emissão incluem:
- Motores de combustão interna;
- Equipamentos que consomem eletricidade;
- Caldeiras.
Esses equipamentos e processos são responsáveis pela liberação de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
O que são sumidouros de remoção?
Além das fontes de emissão, os inventários de GEE também podem contabilizar as remoções de gases de efeito estufa. Um sumidouro de remoção, em oposição a uma fonte de emissão, é um equipamento ou processo no qual ocorre o sequestro de carbono.
Sumidouros são, em sua maioria, originados em processos biológicos, como a fotossíntese. Entretanto, podem ocorrer também por meio de equipamentos e aplicações tecnológicas, como os sistemas de Captura e Estoque de Carbono (Carbon Capture and Storage, CCS).
Gases regulados pelo Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto regula seis gases de efeito estufa controlados pelos inventários de GEE. Destes, os mais comuns são:
- CO₂ (Dióxido de Carbono);
- CH₄ (Metano);
- N₂O (Óxido Nitroso).
Além desses, ainda temos:
- SF6 (Hexafluoreto de Enxofre);
- HFC (Hidrofluorcarbonos);
- PFC (Perfluorcarbonos).
Esses gases são monitorados e controlados devido ao seu significativo impacto no aquecimento global e nas mudanças climáticas, sendo parte essencial dos inventários de GEE e das estratégias de mitigação adotadas globalmente.
Com qual frequência um Inventário GEE deve ser feito?
Um Inventário GEE deve ser realizado anualmente. Essa frequência permite que as empresas monitorem e avaliem consistentemente suas emissões, identificando áreas de melhoria e ajustando suas estratégias de mitigação de carbono de forma eficaz.
A periodicidade anual também facilita o cumprimento das regulamentações e normas ambientais, além de fortalecer a imagem da empresa e sua credibilidade junto aos stakeholders.
Por que realizar o Inventário de Emissões com a Eccaplan?
A Eccaplan é uma empresa especializada em consultoria ambiental e sustentabilidade, com expertise na realização de inventários de emissões de GEE. Com serviços personalizados e foco na qualidade dos dados, a Eccaplan ajuda as organizações a entenderem seu impacto ambiental e implementarem medidas eficazes de redução de emissões.
Atualmente, com o avanço da tecnologia, é possível realizar o inventário com maior precisão e eficiência utilizando sistemas modernos, como o Sistema de Gestão de Gases de Efeito Estufa da Eccaplan.
Experiência e especialização
A Eccaplan conta com uma equipe altamente qualificada e experiente na realização de inventários de emissões de GEE. Sua vasta experiência no campo garante que o processo seja conduzido de maneira eficiente e profissional, aproveitando as melhores práticas e inovações tecnológicas disponíveis.
Abordagem personalizada
A Eccaplan adota uma abordagem personalizada para cada projeto, considerando as necessidades específicas e as características individuais de cada cliente. Isso garante que o inventário seja adaptado às circunstâncias únicas de cada organização, proporcionando resultados mais relevantes e úteis.
Foco na qualidade dos dados
A qualidade dos dados é priorizada em todas as etapas do processo de inventário. Desde a coleta e análise dos dados até a elaboração dos relatórios finais, a precisão e a confiabilidade das informações são garantidas. O Sistema de Gestão de Gases de Efeito Estufa da Eccaplan desempenha um papel crucial nesse aspecto, oferecendo uma plataforma robusta para monitorar e registrar as emissões com alta precisão.
Implementação de medidas eficazes de redução de emissões
Além de fornecer dados precisos sobre as emissões de GEE, a Eccaplan também oferece suporte na identificação e implementação de medidas eficazes para reduzir o impacto ambiental das operações da organização. Isso inclui a adoção de práticas de eficiência energética, a transição para fontes de energia renovável e a implementação de tecnologias mais limpas.
Sistema de Gestão da Eccaplan
O Sistema de Gestão de Gases de Efeito Estufa da Eccaplan é uma ferramenta tecnológica avançada que facilita a realização de inventários de emissões de GEE. Com essa plataforma, as organizações podem:
- Monitorar Emissões em Tempo Real — acompanhe as emissões de GEE de maneira contínua e em tempo real, permitindo ajustes rápidos e informados;
- Analisar Dados com Precisão — utilize métodos de cálculo padronizados e confiáveis para garantir a exatidão das informações;
- Gerar Relatórios Detalhados — crie relatórios detalhados e personalizados que atendam às exigências regulatórias e às necessidades dos stakeholders;
- Identificar Oportunidades de Redução — identifique áreas de melhoria e implemente estratégias eficazes para reduzir as emissões e melhorar a eficiência operacional.
Ao escolher a Eccaplan para conduzir seu inventário de emissões de GEE, as organizações podem ter a certeza de que estão trabalhando com uma parceira comprometida com a excelência, a qualidade e a sustentabilidade.
Quer dar o primeiro passo em direção a um inventário de gases de efeito estufa eficaz e preciso? Então, conheça agora mesmo o Sistema de Gestão de Gases de Efeito Estufa da Eccaplan!