ONGs lançam manifesto em combate ao desmatamento no Brasil

Fonte: Catraca Livre

Organizações da sociedade civil lançaram neste mês o manifesto “Desmatamento Zero e o Futuro do Brasil”, que mostra a importância do país assumir a meta de zerar o desmatamento nos próximos anos, algo considerado pelo grupo como “necessário e factível”. Segundo o documento, caso o Brasil não seja mais ambicioso em suas metas de combate à destruição de biomas ameaçados, poderá ter grandes prejuízos em curto prazo.

A destruição das florestas, somada às mudanças climáticas, pode provocar secas prolongadas em diferentes regiões do Brasil e reduzir a produção agrícola. A escassez afetaria também a geração de energia hidroelétrica e o abastecimento de água nas cidades. A boa notícia é que o país já dispõe de tecnologia e áreas abertas em quantidade suficientes para garantir a continuidade e o desenvolvimento da produção de alimentos sem a necessidade de novos desmatamentos.

Os signatários do documento são o Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Imaflora, Greenpeace, WWF, Instituto Socioambiental (ISA), The Nature Conservancy (TNC), Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS) e o Comitê de Coordenação do Observatório do Clima.

Entre as sugestões defendidas pelo grupo estão o fortalecimento de acordos de mercado que visam o Desmatamento Zero, incentivo público e financeiro à preservação ambiental e o estabelecimento de novas unidades de conservação e terras indígenas.

O documento chega meses antes da próxima Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP21), que acontecerá em dezembro de 2015, na qual diversos países estarão reunidos para estabelecer um novo acordo que leve à redução das emissões de gases de efeito estufa a partir de 2020.

O manifesto sugere seis ações que podem fazer com que o Brasil alcance o desmatamento zero: aumento da produção agrícola sem desmate; aumento da eficácia da fiscalização; estabelecimento de novas áreas protegidas; ampliação e consolidação dos compromissos privados e públicos pelo desmatamento zero; uso da tributação para estímulo à conservação; incentivos financeiros para conservação.

O Desmatamento Zero não é apenas uma opção viável, mas também necessária para garantir o futuro socioambiental e econômico do Brasil.

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