Nos últimos anos, especialmente desde os anos 2010, os temas relacionados à sustentabilidade se consolidaram no mundo corporativo. Essa tendência só aumentou com o ESG e as práticas de responsabilidade que foram introduzidas em empresas do mundo inteiro.
Nesse sentido, tratar da questão ambiental deixou de ser um diferencial aos olhos de stakeholders. Atualmente, é um imperativo, exigindo, inclusive, um jargão específico.
E aí outros desafios surgiram
Com a incorporação de termos como sustentabilidade, ESG, boas práticas ambientais, entre muitos outros, a variedade de conceitos gerou confusão.
Como resultado, as mídias e mesmo as empresas começaram a sobrepor “ESG” e “sustentabilidade” ou mesmo a usar essas palavras como sinônimos.
No entanto, não são. Apesar de serem “irmãos” em seus objetivos e essência.
Na verdade, nessa “família” nasceram outros muitos termos: bioeconomia, responsabilidade ambiental corporativa, economia circular, conscious business. A lista é bem longa.
Por isso, devido a essa proliferação de modelos, práticas, noções, este artigo de dedica a buscar definições mais precisas para evitar o uso equivocado que, sim, pode trazer consequências (que também discutiremos aqui).
Vamos começar da primeira etapa.
Sustentabilidade: entendendo a base de tudo
Em primeiro lugar, o que é sustentabilidade? A pergunta parece quase de nível escolar, porém, suas muitas nuanças e o que cada uma engloba é bastante amplo.
Portanto, não é tão simples assim dar uma definição exata.
Podemos dizer, de forma bastante resumida, que a sustentabilidade se apoia num princípio básico: o da manutenção de um recurso, sistema ou processo ao longo do tempo.
Mas a fundamentação desse princípio começou em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (Unche), em Estocolmo, Suécia. Aliás, esse foi o primeiro grande evento mundial voltado para o debate sobre os resultados da industrialização no meio ambiente.
Naquele momento também se dá a criação de medidas e órgãos como o PNUMA para a preservação do planeta.
A partir de então, todas as instituições passaram a ter responsabilidade sobre o modo como suas decisões impactariam os ecossistemas e o equilíbrio destes.
Portanto, tratava-se do futuro do planeta, da conservação de todas as formas de vida, inclusive a humana, em suas estruturas mais essenciais.
Nesse sentido, as instituições da nossa sociedade também passaram a ter papel preponderante. Em outras palavras, os responsáveis pelo lucro, pela produtividade e pela distribuição de bens e recursos estavam sob um dever ético: o de suprir as necessidades presentes sem comprometer as futuras.
Resumidamente, o evento de 1972 e os posteriores cristalizaram a noção de sustentabilidade como um equilíbrio entre produção, consumo e responsabilidade.
ESG: desfazendo as razões da confusão com a sustentabilidade
Já o conceito de ESG é mais recente, pois data de 2004.
O relatório da ONU “Ganha quem se importa” surgiu de uma provocação do então secretário Kofi Annan. O desafio, feito a 50 líderes das maiores instituições financeiras do mundo, consistia em contemplar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais até 2030.
Sendo assim, a sigla E (“environment”, meio ambiente), S (social) e G (“governance”, governança) se refere às boas práticas que as empresas devem aplicar nesses três âmbitos. Como por exemplo:
No âmbito do “E”:
- Adoção de medidas para reduzir o consumo de energia
- Cuidado com as emissões de gases de efeito estufa (GEE)
- Gestão de resíduos
- Controle no uso de recursos naturais
Em relação ao “S”:
- Atenção à igualdade entre gêneros
- Inclusão de grupos minoritários
- Apoio a projetos comunitários
- Atenção à experiência do colaborador
No escopo do “G”
- Transparência em documentos e ações internas
- Realização de auditorias
- Cumprimento de normas e leis
- Saúde financeira
Poderíamos elencar ainda muitos outros fatores em cada um dos componentes da sigla, mas o propósito aqui é apenas apresentar uma breve definição e diferenciação com o conceito de sustentabilidade.
A bioeconomia, um modelo de sustentabilidade aplicável
O fortalecimento do tema da sustentabilidade trouxe também uma grande variedade de subáreas, modelos e conceitos que se entrelaçam. Suas bases dialogam com outras disciplinas, daí a dificuldade de estabelecer fronteiras.
Por isso, não raramente, é confundida com a economia circular e a sustentabilidade corporativa.
Porém, ao contrário de outros termos, este modelo econômico possui uma definição exata dada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO):
“Produção, utilização e conservação de recursos biológicos, incluindo os conhecimentos relacionados, ciência, tecnologia e inovação, para fornecer informações, produtos, processos e serviços em todos os setores econômicos, visando uma economia sustentável”.
Essa noção nos permite entender os principais pilares que compõem a bioeconomia e o porquê ela é tão importante.
Vejamos alguns pontos destacados:
- Segurança alimentar: a produção de alimentos pelos princípios da bioeconomia não utiliza pesticidas ou fertilizantes nocivos à saúde e ao meio ambiente
- Produção de bioenergia: aliada importante para a transição energética, a bioeconomia trabalha para encontrar na natureza fontes de energia limpa
- Geração de bioinsumos: também para fabricação de fármacos com princípios ativos naturais
O Brasil tem reconhecido o importante papel da bioeconomia como modelo, a ponto de já possuir uma Comissão Nacional de Bioeconomia (CNBio). Aliás, as atividades da CNBio já estão em curso com o ambicioso objetivo de colocar o país na liderança em utilização sustentável de recursos naturais.
Agora que colocamos cada conceito em seu “compartimento”, vamos entender o motivo das explicações, já que há muita ambiguidade em documentos e discursos em geral.
Breve resumo

Novos termos relativos à sustentabilidade: organizando conceitos
Uma quantidade interminável de termos relativos à questão ambiental e à sustentabilidade proliferaram na última década.
É por isso que buscamos aqui analisar e delimitar o “perímetro” dos três mais mencionados. Contudo, estamos conscientes de que seria necessário um glossário contemplando todos os demais, incluindo exemplos e detalhes práticos.
E qual seria a necessidade de um glossário ou deste artigo que busca esclarecer termos tão frequentes no mundo corporativo?
Bem, há um uso inadequado de termos, causando ainda mais dúvidas entre stakeholders e até mesmo lideranças corporativas. Abre-se, assim, o espaço para informações equivocadas, “fake news” e até brechas para greenwashing.
Afinal, alguém pode afirmar que sua empresa elabora produtos com base na sustentabilidade ou em padrões de bioeconomia, pois têm entre seus componentes um elemento natural. Mas ter em sua fórmula um único elemento natural não assegura que algo seja verdadeiramente sustentável.
Por isso, a Eccaplan está sempre atenta ao que comunica e oferece como soluções para seus clientes. O que inclui a longa lista de estratégias verdadeiramente sustentáveis como Selo CO2 Neutro, Frete Neutro, Set Neutro, Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, entre outras.
Mais do que isso, a Eccaplan também conta com o amplo conhecimento do CEO, Fernando Beltrame, que compartilha com outros profissionais.
Ao ministrar cursos especializados, palestras e treinamentos, Fernando coopera para que outras empresas não usem inadvertidamente termos incorretos, o que poderia trazer consequências desagradáveis.
Conhecer a fundo esse universo relativo à sustentabilidade é crucial para aplicar as medidas mais adequadas sem cair em armadilhas e enganos que podem até custar a reputação.
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