Unicamp testa casca de coco e descobre opção para gerar energia em centros urbanos

Fonte: Ambiente Brasil

 

Os brasileiros consomem a água de dois bilhões de cocos por ano, que geram toneladas de resíduos diariamente. Um estudo feito na Unicamp, em Campinas (SP), pelo químico Vadson Bastos do Carmo para sua tese de doutorado constatou que a casca do coco verde tem potencial energético para produzir eletricidade equivalente ao bagaço de cana, já utilizado em várias usinas de álcool.

O uso desse material, que é um dos maiores geradores de resíduos de alimentos nas grandes cidades brasileiras, poderia ser usado em geradores de energia urbanos.

“Com adaptações, esses geradores poderiam usar o coco junto com outros resíduos de indústrias, como a moveleira, de podas de árvores e corte de mato para gerar energia”, diz Vadson.

Coco em teste – A sua tese avaliou oito tipos de biomassa, sendo que o coco nunca tinha sido analisado pelo potencial energético, segundo ele. O pesquisador avaliou em seu estudo a viabilidade do uso de casca de coco e outros resíduos em um gerador da Ceasa Campinas, que liga o equipamento movido a óleo diariamente no final da tarde e início da noite para economizar energia.

“Com algumas adaptações, essa biomassa poderia ser usada nos grandes centros. Além de economizar energia para o consumidor, o uso desse sistema teria ganhos ambientais e poderia até diminuir o custo da energia elétrica em geral”, avalia.

Ele calcula que se todas as usinas de açúcar do país começassem a gerar energia a partir do bagaço e outras biomassas, o que já ocorre em algumas, elas poderiam ter uma produção equivalente a 23% do que a usina Itaipu fornece atualmente.

Essa energia de biomassa poderia substituir a cara eletricidade das termoelétricas a óleo diesel acionadas em época de estiagem.

Ceasa – A Ceasa Campinas, citada no estudo do químico da Unicamp, tem uma política de aproveitamento dos resíduos. Parte dos alimentos que não são comercializados são recolhidos por uma ONG para distribuição a famílias carentes. O que não é aproveitado, vira ração animal ou vai para reciclagem.

Mesmo assim, ainda sobram muitos resíduos sem aproveitamento. Um dos objetivos da direção da Ceasa é utilizar esse material para reciclagem ou até geração de energia. Há estudos sobre a viabilidade do uso da biomassa produzida para a elaboração de um pré-projeto.

 

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