A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) será realizada de 11 a 24 de novembro de 2024, em Baku, Azerbaijão.
A escolha de Baku como sede é simbólica, pois o Azerbaijão é reconhecido como o berço da indústria moderna de combustíveis fósseis, destacando a relevância crítica de avançar políticas e iniciativas de mitigação que visem a descarbonização global.
Nesse contexto, a COP29 ocorre em um cenário emblemático para discutir a transição energética, evidenciando a necessidade urgente de reduzir a dependência desses combustíveis.
O Papel das Manifestações Populares
A COP28 registrou a maior mobilização popular dentro do espaço oficial de negociações em toda a história das Conferências das Partes. Essa intervenção social direta foi um fator determinante para a inclusão de uma diretriz estratégica de transição para a eliminação de fontes de energias à base de carbono no texto final do Global Stocktake (GST).
Para a COP29, a continuidade e intensificação dessa pressão popular são fundamentais para assegurar o cumprimento dos compromissos climáticos internacionais, reforçando a efetividade da Ação Climática Global e a implementação das metas do Acordo de Paris.
Expectativas para a COP29
Na COP29, espera-se que as negociações avancem em direção a compromissos mais ambiciosos para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e o aprimoramento das políticas climáticas globais.
Financiamento climático
Será um dos principais tópicos na COP29, assim como ocorreu na COP28, em Dubai. Muitos países, especialmente aqueles em desenvolvimento, precisam de financiamento externo para implementar suas ações de mitigação das mudanças climáticas. Uma área de grande atenção será a ampliação dos debates sobre mecanismos de financiamento mistos (blended finance), que combinam recursos públicos e privados para aumentar o fluxo de investimentos climáticos.
Governança e a regulação do sistema financeiro
Também estarão na pauta da COP29. É essencial que os fundos climáticos sejam administrados de forma transparente, garantindo que novos investimentos sejam incentivados e aplicados corretamente. Isso requer uma coordenação global para assegurar que o financiamento atenda às metas ambientais e sociais de forma eficiente.
Transição energética
Vista por especialistas como a única saída viável para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). A dependência da produção de petróleo é apontada como uma das maiores fontes de emissões, e a ONU está priorizando soluções para esse problema, impulsionando alternativas energéticas renováveis para atingir as metas climáticas globais.
A mobilização da sociedade civil e o engajamento contínuo das partes interessadas serão fatores determinantes para assegurar o cumprimento das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.
“A COP29 representa um ponto de inflexão significativo na luta contra as mudanças climáticas, sendo imperativo que a ação seja priorizada imediatamente, com a integração de todos os setores da sociedade para fortalecer os esforços coletivos. Este evento deve ser encarado como uma oportunidade para discutir, consolidar, implementar e monitorar a eficácia das políticas e estratégias climáticas, promovendo a colaboração entre governos, empresas e a sociedade civil. Essa mobilização conjunta é essencial para o cumprimento das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris e para a consolidação de um futuro sustentável,” ressalta Fernando Beltrame, CEO da Eccaplan.
