A alta do preço do café no Brasil: a culpa é da crise climática? 

Analisando a correlação entre a subida de preço do cafezinho brasileiro, eventos climáticos extremos e outros fatores

Que o preço do café sofreu uma alta considerável, assustando os consumidores de todo o Brasil, não é nenhuma novidade.  

Também não é difícil imaginar que esses valores acima da média teriam uma relação direta com os eventos climáticos graves que assolam o país. Afinal, plantações sofrem com secas, enchentes e outros fenômenos fora da frequência e época esperadas. 

Porém, o que precisamos considerar aqui não é o que já sabemos e o que foi divulgado pela mídia ao longo das últimas semanas.  

O exercício que este artigo propõe consiste em examinar o quanto a crise climática tem de responsabilidade nesse desafio para produtores e consumidores da bebida. E quais seriam os outros fatores e as soluções mais adequadas para o problema que desestabiliza a economia brasileira atualmente. 

Por fim, levantamos um breve debate com base em uma palavra que parece ainda não ter entrado no radar de muitas empresas, governos e entidades: prevenção.

A subida no preço do café e crise climática: qual a relação? 

Antes de analisar o exorbitante valor cobrado pelo cafezinho, é necessário entender o que está por trás da produção agrícola do café e as características dessa planta. 

O café, seja do tipo arabica ou robusta, é sensível e muito dependente do clima. Para que uma plantação de café chegue ao nível de colheita, os produtores têm que tomar muitos cuidados:  

  • Escolher o local da plantação, que tenha altitude adequada e temperaturas amenas, pois o calor excessivo reduz a qualidade e o tamanho dos grãos.  
  • Há a necessidade de proteger os pés de café contra geadas e elevados volumes de água, que destroem plantações, as quais levam dois anos ou mais. 
  • Aquisição de insumos para garantir o crescimento saudável da planta.  

Quase todas as regiões brasileiras estão sofrendo com eventos meteorológicos extremos e, às vezes, inusitados para cada período do ano.  

Por sua vez, essas alterações, derivadas da crise climática gerada pelo aquecimento global, desafiam seriamente a produção agrícola, que precisa alcançar o resultado esperado na colheita.  

Some-se a esse cenário a quantidade de recursos a serem utilizados para que os grãos cheguem às empresas de processamento e distribuidoras e temos o cenário adverso que a economia brasileira enfrenta agora.  

Percebemos, portanto, que a crise climática é, de fato, a principal responsável por tomarmos um café com uma alta de preço de 20% neste início de 2025. 

Mas não é a única, como veremos a seguir.  

Projeto de Agricultura Regenerativa com produtos de café, um caminho possível para a sustentabilidade.

A precificação do café brasileiro e outros fatores internos e externos 

O preço do café também é marcado pelas relações comerciais internacionais

Esse cenário difícil para o consumidor brasileiro chegou ao ápice neste ano de 2025, mas não começou agora. Já em 2023, países como Vietnã e Indonésia passaram a produzir menos – pela crise ambiental – e importaram café do Brasil para suprir suas demandas.  

As exportações destinadas aos países asiáticos afetaram os suprimentos nacionais. E estes também sofreram o revés da desregulação ambiental ao longo dos dois últimos anos, como mostram os dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).  

Gráfico mostrando o crescimento do preço do café ao longo dos anos.

Acrescente-se a essa demanda de comércio internacional o crescente mercado consumidor da China, que adotou também o hábito de tomar o cafezinho como fazemos aqui no Brasil. Atender ao mercado chinês diante do escasseamento do produto se tornou mais um ônus para produtores agrícolas e para economia brasileira, que tenta equilibrar os pratos. 

Outros fatores que entram na ciranda de precificação do produto: 

  • Custos de produção: valor final inclui gastos com insumos. Por sua vez, os insumos estão vinculados às taxas de câmbio, altamente voláteis e imprevisíveis. 
  • Logística: a não reconstrução de locais prejudicados por eventos climáticos extremos ou a falta de opções – rotas novas – para distribuição das sacas atuam diretamente nos preços do café. 
  • Transporte: o preço do combustível também é um elemento que deve ser considerado na hora de marcar valores. 
  • Uso de recursos tecnológicos inadequados ou falhos: a implementação de tecnologias que não cooperam diretamente para contornar os fatores de valoração de um produto podem agravar ainda mais o problema. Por isso, realizar uma escolha cautelosa para não arcar com gastos excessivos que não trarão benefícios é um ponto crucial. 

O conjunto de todos esses elementos que se somam aos eventos climáticos extremos evidenciam o centro da questão.

Mas ainda restam dúvidas: o preço do café vai baixar em breve? De que forma ele continuará impactando a economia brasileira? É o que tentaremos responder a seguir. 

Perspectivas para os próximos meses: soluções de curto e médio prazo a caminho? 

Muitas variáveis participam desse cenário para que haja uma resposta definitiva para a questão

De acordo com a ABIC, o preço do café ainda deverá se manter alto pelo menos até abril, mês da próxima safra. Tudo depende da recuperação e do apoio que produtores e a indústria cafeeira como um todo precisarão receber de investidores e governo.  

O governo brasileiro destacou, assim como analistas econômicos e especialistas em comércio, que as mudanças de preço não ocorrem da noite para o dia, justamente pelos fatores que vimos anteriormente.  

No entanto, a própria ABIC destaca que há uma expectativa maior para as próximas safras, já em 2026, que provavelmente serão distribuídas mais rapidamente, suprindo com mais agilidade o mercado nacional e internacional. 

De todo modo, ainda é cedo para falar. As soluções de curto e médio prazo consistem em incentivos financeiros aos produtores agrícolas e a reinvenção dos negócios.

Nas palavras de Pavel Cardoso, Presidente da ABIC, em entrevista ao Jornal do Café: “É hora de o industrial brasileiro se reinventar e trazer, cada vez mais, valor agregado aos consumidores”. 

E, claro, dar prioridade a soluções sustentáveis que auxiliem no combate à crise climática, ao mesmo tempo que trazem saídas para redução de custos e melhoria das condições de produção.  

A sustentabilidade como arma para combater a alta no preço do café 

Fato: os eventos climáticos extremos e as flutuações e volatilidades do comércio internacional e bolsas de valores são o combo perfeito para colocar o valor do café pelas nuvens.

Mas também é um fato que há estratégias viáveis para auxiliar a reduzir esse preço mais rapidamente. 

Nesse cenário, as soluções e, principalmente, os projetos socioambientais apoiados pela Eccaplan e a plataforma Carbon Fair podem ser de grande valia. Explicamos como. 

Ao investir em produtos e serviços como CO₂ Neutro, Frete Neutro, Evento Neutro entre muitos outros, além de adquirir créditos de carbono para atingir suas metas, o cliente pode escolher para onde vai destinar seu dinheiro. Esse valor pode “alimentar” ações sustentáveis. 

E a Eccaplan, junto à Carbon Fair, está ativa num projeto de agricultura regenerativa, o Terrus Carbon Coffee. Sim, justamente estamos falando de produção de café e sustentabilidade. 

O Terrus Carbon Coffee, com a tecnologia desenvolvida pela Quanticum Inteligência em Solos se volta diretamente para o manejo do solo e sequestro de carbono, o qual é armazenado no próprio solo.

Consequentemente, os benefícios ambientais e econômicos são notórios:  

  • Redução da emissão de carbono,  
  • Melhoria das práticas agrícolas  
  • Atenção à qualidade da plantação 
  • Diminuição na aquisição e aplicação de insumos, uma das fontes de gastos e, como vimos, um dos fatores do aumento de preço do café.  

Projetos dessa natureza, além das soluções que a Eccaplan oferece, vão de encontro às recomendações do presidente da ABIC, já mencionadas aqui. A proposta é se reinventar, buscar novos caminhos para a mitigação dos desafios ambientais e econômicos atuais. 

Ao mesmo tempo, é possível auxiliar na recuperação da economia, facilitando a vida de consumidores, produtores e outros membros da cadeia de produção. 

Quer investir em um projeto socioambiental sustentável como esse? Fale com a gente!

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