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74% dos brasileiros desconfiam das promessas ambientais das marcas

Descubra o motivo da desconfiança de uma parcela tão alta da população brasileira e mundial quanto às ações sustentáveis de governos e empresas
Preocupação global com o meio ambiente

As turbulências políticas e econômicas, somadas ao acirramento das polarizações em 2025, têm levantado desconfianças da população, especialmente quanto às declarações de sustentabilidade pelas marcas.  

À primeira vista, os investimentos na área parecem ter encolhido, assim como o interesse de empresas e instituições. 

Dados de estudos recentes, todavia, dão o alerta: a preocupação com o meio ambiente permanece viva entre a população e stakeholders-chave.  

Por um lado, o greenlash ganhou força em governos e corporações desde 2024, como já discutimos aqui.

No entanto, por outra parte, a crise climática continua sendo uma realidade inegável, para além de qualquer ideologia. 

Pelo menos, é o que indicam as pesquisas sobre a preocupação da população mundial e dos brasileiros, em particular, que além do receio de catástrofes, demonstram dúvida quanto a promessas ambientais.

Diante desse cenário, é preciso entender como essas forças opostas estão moldando o presente e o futuro da sustentabilidade.  

Uma coisa é certa: a responsabilidade ambiental não sairá do radar.  

Contudo, para que ela avance, é necessário enfrentar os desafios atuais, tanto na prática quanto na educação e conscientização de diferentes setores e grupos sociais. 

Uma das estratégias possíveis consiste em fortalecer a confiança em ações genuinamente sustentáveis. É o que exploraremos a seguir. 

Governos e populações: preocupações e desconfiança quanto à sustentabilidade

Um estudo abrangente publicado na Nature Climate Change, envolvendo 130.000 entrevistados em 125 países, revelou dados surpreendentes sobre a percepção pública da crise climática.  

A pesquisa identificou padrões globais consistentes: 89% da população mundial exige ações governamentais mais robustas contra o aquecimento global, com 68% dispostos a destinar 1% de sua renda pessoal para iniciativas climáticas. 

Avanço da conscientização pública e estagnação de governos na sustentabilidade

Divergência entre países, poderes e sociedade

A China, maior emissora global de gases de efeito estufa, apresentou os índices mais elevados de preocupação ambiental, com 97% de seus cidadãos demandando maior engajamento governamental.  

Mas o estudo revela uma contradição significativa que deve ser analisada com atenção.  

Enquanto a sociedade civil global demonstra clara disposição para ação imediata, observa-se uma crescente desaceleração no comprometimento de entidades públicas com a agenda ambiental. 

Mecanismos de mudança social para medidas sustentáveis

Apesar da divergência apresentada, os dados sugerem a existência de potenciais ciclos de mudança positiva e consistente.  

Nesse sentido, as interações positivas identificadas entre conscientização pública e disposição para ação demonstram uma oportunidade única.  

Assim, a vontade popular pode funcionar como mecanismo de motivação para que entidades governamentais e demais instituições retomem projetos e medidas voltadas para a responsabilidade ambiental.  

Em outras palavras, essa dinâmica cria condições propícias para pontos de inflexão social, para a reavaliação de fatores-chave, como investimentos em projetos sustentáveis efetivos e a participação ativa em eventos sobre meio ambiente.  

Em suma, a pressão popular pode catalisar transformações mais amplas no engajamento climático. 

Contudo, engana-se quem acredita que essas demandas se restringem aos governos.  

As empresas também devem se adequar a essa realidade, fugindo do greenwashing e greenlash, temas que cada vez mais chamam a atenção de stakeholders.

Solução para gestão de emissões de carbono de empresas e cadeia de fornecedores

A realidade brasileira e a sustentabilidade: na mesma frequência do mundo 

No Brasil, uma pesquisa realizada pela consultoria Ipsos revela dados alinhados com as tendências globais.  

O estudo demonstrou que mais de 70% dos brasileiros reconhecem que a última década foi a mais quente já registrada, associando esse fenômeno diretamente à crise climática.  

Além disso, a população espera um papel mais ativo tanto das empresas (71%) quanto do governo (75%) na prevenção, mitigação e reparação dos danos causados pelas mudanças climáticas. 

Essa percepção tem se intensificado diante dos recentes eventos extremos, como as inundações no Sul e as ondas de calor recorrentes em diversas regiões do país, que deixam claro o impacto direto do clima em transformação.  

Mais de 70% reconhecem o aumento das temperaturas.

Desconfiança dos brasileiros com promessas feitas por marcas

No entanto, no âmbito da alta conscientização ambiental, a pesquisa aponta que a tradução dessa preocupação em ações concretas ainda esbarra em obstáculos significativos. 

Entre os principais fatores complicadores está a concorrência de prioridades.  

Desse modo, questões como violência urbana e instabilidade no mercado de trabalho muitas vezes acabam ocupando um lugar mais imediato na agenda pública do que a emergência climática.  

Outro fator crítico é a desconfiança generalizada em relação às ações de governos e empresas. 

Em 2021, apenas 26% dos brasileiros viam um plano claro do governo para combater as mudanças climáticas; desde então, porcentual vinha entre 40% e 41%, mas caiu para 36% em 2025.

Porém, essa descrença não se dirige unicamente aos órgãos públicos. O estudo da Ipsos revelou que somente 26% dos entrevistados confiam nas promessas ambientais feitas pelas marcas.

A cifra está um pouco acima da média global, 22%, mas ainda assim reflete o ceticismo da população quando às declarações de sustentabilidade das empresas.

E esse é um ponto que merece atenção especial, já que a credibilidade do setor privado é essencial para aumentar a adesão da sociedade a medidas sustentáveis. 

Transparência e confiabilidade: os dois pilares da sustentabilidade corporativa 

A relevância da governança corporativa tem sido amplamente discutida, com ênfase crescente na necessidade de implementar boas práticas e consolidar uma cultura organizacional robusta.  

Por esse motivo, a governança constitui um dos pilares centrais para aumentar a confiança de stakeholders nas ações e projetos voltados para a sustentabilidade empreendidos pelas empresas.  

Boas práticas nas empresas: assegurando a confiança

A adoção consistente de boas práticas de governança corporativa consolida a maturidade institucional e a sustentabilidade do negócio.  

Se uma organização demonstra compromisso com crescimento responsável, fortalece sua credibilidade perante investidores, clientes, colaboradores e parceiros.  

Esse capital de confiança se transforma em resultados palpáveis.  

Observa-se um incremento nas vendas, na captação de novos investimentos, atração e retenção de talentos, assim como um aumento no estabelecimento de parcerias estratégicas. 

Mas de que modo é possível conectar a atenção ao meio ambiente com a transparência corporativa? Vejamos alguns conceitos. 

Boas práticas de governança e responsabilidade ambiental: uma relação direta 

Muitas empresas ainda têm dúvidas quanto à existência de uma correspondência entre governança corporativa e compromisso ambiental.  

Essa relação é tão essencial para a credibilidade das ações sustentáveis das empresas que até mesmo a Agência Nacional de Saúde Suplementar lançou o Guia de Governança e Responsabilidade Socioambiental.  

Nele, líderes e gestores de órgãos públicos podem encontrar os principais eixos que conectam governança e sustentabilidade.  

No entanto, essas mesmas diretrizes são aplicáveis no ambiente corporativo privado e podem aumentar a credibilidade das instituições particulares. Aqui se encontram alguns exemplos: 

  • Transparência ativa: divulgação de resultados e informações relativas aos projetos de sustentabilidade empreendidos, com acesso facilitado para stakeholders; 
  • Atenção à cadeia de produção e à entrega de produtos e serviços, evitando dados inconsistentes e ações desnecessárias; 
  • Investimento em inovação, buscando sempre a produtividade e criação com menor impacto ambiental e menor custo; 
  • Certificações e selos nacionais e internacionais atestando a qualidade e credibilidade dos projetos e medidas de proteção ambiental. 

O Guia da ANS também traz um capítulo especial sobre os principais elementos da dimensão ambiental para a governança e transparência, como veremos.  

Boas práticas de governança e sustentabilidade nas empresas.

Medidas que reforçam o compromisso das empresas com a sustentabilidade 

Uma das maneiras pela qual as empresas podem reconquistar a confiança da sociedade consiste na implementação de uma gestão estratégica.  

Esse modelo engloba um conjunto de instrumentos que busca o alcance das metas, sem deixar de lado transparência de dados, auditabilidade e consistência.  

Os instrumentos da gestão estratégica passam pela implementação de programas de gestão de resíduos, controle das emissões de GEE, contenção dos gastos de água e monitoramento de dados, além da comunicação direta e transparente com parceiros e clientes.  

Soluções ao alcance da mão: mais credibilidade e adesão de stakeholders 

A Eccaplan desenvolveu diversas soluções para colaborar com as empresas que desejam entender melhor a correlação entre governança e ações verdadeiramente sustentáveis. 

Dentro da proposta da ANS, o sistema de gestão de resíduos da Eccaplan abrange todo o ciclo de vida dos materiais.  

Da redução na geração à destinação final sustentável, a solução gera benefícios ambientais e promove a inclusão socioeconômica de catadores organizados em cooperativas ou atuando de forma autônoma.  

No escopo dos inventários, a Eccaplan oferece um Sistema de Gestão de GEE que permite o monitoramento constante e precisão nos dados.  

Já comentamos anteriormente que o sistema não é somente uma medida que cumpre com as legislações.  

Certificações e credibilidade: por onde começar?

Na verdade, consiste na primeira etapa para um processo de descarbonização confiável e cujos resultados são disponibilizados para auditorias internas e acesso de stakeholders.  

Por sua vez, no que diz respeito ao investimento em projetos sustentáveis certificados, a plataforma Carbonfair da Eccaplan oferece diversas opções.

Assim, da agricultura regenerativa à biomassa renovável, passando pela compostagem e manejo de resíduos, há diferentes alternativas para a neutralização de carbono e gestão de emissões e resíduos corporativos. 

Mais ainda, vale salientar que todos os projetos da Carbonfair são certificados pelos rigorosos padrões Verra VCS e Carbon Fair Standard (CFS), auditados por instituições independentes de reconhecimento global.  

Deseja implementar práticas de sustentabilidade através de sistemas e projetos certificados que gerem credibilidade junto a stakeholders? 

Entre em contato com a nossa equipe!

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